O desestimulo de produtores rurais em investir em ervais e o movimento contrário de arrancar pés de erva-mate das lavouras para cultivar o aipim e ou milho, vai provocar um choque logo adiante. Com a diminuição da matéria prima e o aumento do consumo do chimarrão, o preço de erva vai subir muito. é a lei do mercado. Hoje se paga quase R$ 5 por uma boa erva-mate em Venâncio. Estimativa do Sindimate é de que em dois anos o pacote de um quilo de erva custe até R$ 10, ou seja vai dobrar o preço. Mas não vejo este valor como uma exorbitância. Com R$ 10,00 se compra um quilo de carne – não nobre – que se consome numa refeição. Um pacote de erva dura uma ou até duas semanas para o mate diário. Este quadro vai alterar é o interesse em torno da erva-mate. Com preço do quilo de erva pronta em R$ 10 vai aumentar o valor da arroba de erva-mate verde e despertar investimentos.
Lembro dos tempos – isso faz 25 anos – em que o vereador Orlando Machado da Silva (PMDB) ‘brigava’ por uma tabela em que o preço de arroba de erva verde valia o equivalente a 2,5 quilos de erva mate pronta no mercado. Imagine, esta tabela elevaria a arroba de erva-mate para R$ 25. Mas isso não é mais viável. Hoje o preço de arroba é de R$ 6,75 em Venâncio e R$ 7 no RS, em média. Se a a indústria pagar R$ 10 ou R$ 12 a arroba, o produtor rural vai ter novamente interesse em produzir erva-mate. O xis da questão é que até os novos ervais estarem produzindo, não está descartada uma crise de falta de erva-mate no mercado.
Governo Municipal e entidades de assistência ao setor primário em Venâncio, como Emater e Sindicatos, que já estão atentos ao setor, com levantamentos que permitem um conhecimento mais aprofundado da situação no município, precisam acelerar o passo. Temos pela frente uma oportunidade. E erva da Capital do Chimarrão, pode ser um selo de de sucesso ao produto.