O prefeito eleito Jarbas da Rosa (PDT e sua vice Izaura Bergmann Landim (MDB), durante a campanha, quando falaram em composição de governo, sempre deixaram claro que Izaura iria trabalhar na interlocução com todas as secretarias, afinada com o prefeito. E que para compor o quadro de Secretarias mais a Procuradoria Jurídica, e cargos do segundo escalão, querem escolher nomes técnicos qualificados. Mas penso que não conseguirão fugir dos nomes políticos também. E começam a ser feitos exercícios e suposições. Muitas, lógicas, levando em conta a participação política de muita gente na campanha.
Me arrisco a fazer algumas projeções, levando em conta vários fatores.
A começar pelos vereadores governistas eleitos, onde existem vários bons nomes como possíveis secretários. Tiago Quintana vai presidir o Legislativo como é de praxe do vereador mais votado? Creio que sim. Ele será a referência do governo no Legislativo com todo crédito com que saiu das urnas. Mas Tiago diz que está à disposição de Jarbas.
Fala-se em Gerson Ruppenthal (PDT) nas Obras, Gilberto dos Santos (MDB) na Agricultura. Nelsoir Battisti (PSD) assume a Indústria, Comércio e Turismo, que ele já conhece? Benildo Soares vai querer ocupar a Secretaria de Segurança Pública, cuja criação ele reivindicou nos últimos quatro governos?
Dos suplentes, Ana Claudia (PDT) voltaria a assumir a Habitação, onde entregou quase mil apartamentos pelo Minha Casa Minha Vida no governo Airton? A vereadora Claidir Kerkhoff (PSL), que já atuou na pasta também, teria interesse?
Do governo anterior do PDT, com o prefeito Airton Artus, nomes como Fabiane Keller na Fazenda, Leandro Pitsch na Administração e Gisele Spies Chitolina na Procuradoria Jurídica, me parecem cotados. São competentes.
Na saúde, Rosane da Rosa, que já foi elogiada secretária com Airton voltaria? Tem André Puthin que ficou suplente. Teria interesse?
Na Educação, Emerson Henrique, que não se elegeu, mas foi um dos assessores mais diretos de Jarbas na campanha é nome para voltar à pasta? Helena da Rosa, que não se reelegeu, poderia ser convidada para a Educação?
São assuntos para Jarbas e Izaura resolverem em 45 dias que faltam para assumirem a prefeitura. Jarbas tem PDT, MDB, PSD, PSL e Republicanos com vereadores. E os suplentes ficam na expectativa. E tem o Cidadania, do Zequinha, que é parceiro de primeira hora de Jarbas, mas não elegeu vereador.
No PDT, Alessandra Ludwig é a primeira suplente, mas tem candidatura impugnada pelo TRE. Pode atuar no governo. Volta ao Sine? Luciana Scheibler então passaria a ser a primeira suplente para assumir cadeira na Câmara. Se Ana Claudia for para uma secretaria, Claudio Weschenfelder passa a ser o segundo suplente e também é nome que pode ser aproveitado no governo na área de esportes e eventos, onde atua e conhece.
No MDB André Puthin, Helena da Rosa e Nilson Lehmen são os três primeiros suplentes, No PSD, Rodrigo VT, Janete Brandão e Alexandre da Agropecuária. No Republicanos Zé da Rosa, Márcio Dedé e Marcone Klafke. No PSL Ricardo Landim, filho da vice-prefeita Izaura, Luciano da Silva e João JJ.
O desafio de Jarbas harmonizar tudo isso é grande. Mas ele se diz preparado.
Que faça boas escolhas, primando sempre pela qualidade do serviço público. Aliás, o compromisso é grande, pois já ouvi que Venâncio entregou a gestão da Prefeitura para os servidores públicos, numa referência ao médico Jarbas e a Enfermeira Izaura que são servidores públicos concursados. Também por isso o compromisso deles fazer um bom governo é ainda maior.
Ontem Jarbas esteve aqui na Folha para um café. Eu já tinha escrito o texto acima para a coluna. Ele disse que já está se reunindo com a vice Izaura e os partidos aliados para tratar da formação do governo. Não deu nenhuma pista de nomes. Mas me disse que Saúde e Educação serão pastas comandadas pelo PDT. A projeção do prefeito eleito é de divulgar a sua equipe de governo entre 10 e 15 de dezembro. O ressaltou que os servidores públicos terão papel importante no seu governo. Aguardemos
Pé quente e pé frio
Nos bastidores políticos ouço falar em pé quente e pé frio. Gilberto dos Santos era vereador governista do PTB, amigo e vizinho de interior do vice Celso Krämer. Descontente com o governo, deixou o partido e foi para o MDB, na oposição. Agora se reelegeu e será novamente vereador governista, agora de outro amigo e vizinho de interior, o prefeito eleito Jarbas da Rosa.
É pé quente.
Cleiva Heck, que era vereadora suplente do PDT na oposição em 2016, depois da Fenachim foi para o PSB, a convite do prefeito Giovane. Não se elegeu novamente. E está na oposição. Pé frio.
Aliás, durante os quatro anos de governo de Giovane Wickert (PSB) e Celso Krämer (PTB), um dos ‘esportes’ favoritos, especialmente de Krämer, foi ‘convidar’ lideranças do PDT, e de outros partidos de oposição, para se filiar, oferecendo cargos no governo e Câmara, para enfraquecer o adversário e fortalecer suas nominatas para vereador. É prática normal na política.
Agora que o PDT, MDB, PSD, serão governo, esses que abandonaram o ‘barco’ não tem como voltar. Ou tem?
E tem quem mudou e seu deu bem. Diego Wolschick foi vereador suplente pelo PDT em 2016, mudou para o PTB a convite de Krämer e agora se elegeu.
O PTB com cinco vereadores eleitos e o PSB com dois, comprova o que escrevi aqui tempos atrás; o vice-prefeito Celso Krämer (PTB) foi mais ‘rápido no gatilho’ do que o prefeito Giovane Wickert (PSB), em atrair novas e fortes lideranças.
Suplentes na oposição
Alias, na oposição ser suplente é ter pouca chance. No PTB, que tem cinco vereadores, os cinco primeiros suplentes são Alberto Sausen, capataz em Vila Deodoro, Sílvia Schirrmann que trabalha com carro de som, Arnildo Câmara vereador que não se reelegeu, Elstor Hackenhaar que deixou o MDB e Valdírio Becker.
No PSB, que elegeu dois vereadores, os suplentes são Jairo Bencke, um jovem que veio para a política e tem futuro, e Cleiva Heck. Ambos eram do PDT no governo Airton e mudaram de lado.
Projeções para 2022
Passada a eleição municipal, o interesse todo é para a formação do novo governo de Jarbas da Rosa (PDT) e Izaura Landim (MDB). Mas também já se vislumbra 2022.
O ex-prefeito Airton Artus (PDT), único prefeito até hoje reeleito em Venâncio, em 2012, com larga margem, aliás com Giovane Wickert (PT) como seu vice, possivelmente vá concorrer a deputado estadual novamente. Em 2018 lhe faltaram 199 votos para se eleger. A expectativa é sobre o atual prefeito Giovane Wickert, no PSB desde 2016, e seu vice Celso Krämer, do PTB, que ficam sem mandato a partir de janeiro. E tem mais Vinícius Medeiros (PSDB), que concorreu em 2018 e tem planos de nova candidatura.
Fui ver as últimas duas eleições para deputado onde os quatro já participaram, para situar o leitor.
Corremos sério risco de termos várias e boas candidaturas mas ninguém se eleger, como acontece nos últimos 20 anos em Venâncio. Nosso último deputado foi Gleno Scherer (PMDB), na década de 90. Aliás, chegamos a eleger dois deputados aqui nos anos 80. Tínhamos mais Luiz Fernando Staub (PDS). Na verdade chegamos a ter três deputados, se considerarmos mais Selvino Heck PT), que é de Venâncio, mas se elegeu por Porto Alegre, onde atuava com Pastoral na Lomba do Pinheiro.
Destaques
A Univates escolheu nesta semana duas mulheres para assumir a Reitoria. Evania Schneider foi eleita reitora a Fernanda Storck Pinheiro vice-reitora. Terão o desafio de seguir o trabalho de Ney Lazzari que foi reitor por 20 anos e transformou a Univates. Os novos tempos do ensino, pós-pandemia, serão um desafio maior ainda.
O Brasil assinou acordos garantindo fornecimento de 256 milhões de vacinas contra o coronavírus. O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), via Instituto Butantan, comprou 46 milhões doses da vacina chinesa Coronavac para atender o seu estado. Os chineses vão mandar 6 milhões de vacinas prontas e o Butantan vai produzir mais 40 milhões de doses. O presidente Jair Bolsonaro, via Fiocruz, acerta a compra de 100 milhões de vacinas da Universidade de Oxford da Inglaterra e a Fiocruz vai produzir mais 110 milhões de doses. Segue a queda de braço política. Que os brasileiros tenham o quanto antes a vacina a disposição para se imunizar contra o vírus que surgiu na China e infectou o mundo. Aliás, a teoria da conspiração estranhamente o vírus surgiu na China, que infectou o mundo e logo já tinha para pronta entrega EPI’s para vender e agora vende também a vacina.
Eleição de Porto Alegre tem Sebastião Melo (MDB) contra Manuela D’Ávila (PC do B). O PSol anunciou apoio à Manuela já no domingo. O PDT também anuncia apoio à candidata comunista. Juntam-se os partidos mais à esquerda. PP e PSD anunciam apoio à Sebastião Melo. Vai ser uma eleição polarizada. De um lado a esquerda mais radical e de outro os demais, que serão nominados de direita, mesmo sendo de centro e que querem um governo moderado. Pela convergência de votos, Melo é favorito. Já surpreendeu no primeiro turno, ao vencer Manoela, contrariando todas as pesquisas.
Eleição municipal redesenhou o mapa de prefeituras no RS. O PP, com 141 prefeituras, segue o maior partido, seguido do MDB com 137. Depois vem o PDT com 63, PTB 32, PSDB 30, PT 23, PSB 19, DEM 15 e o PL 10. Outros tem menos de 10. O PSL, na primeira eleição pós Bolsonaro, fez 7 prefeituras. O PT que tinha 38, caiu para 23.