Como cobri reuniões do Legislativo por muitos anos pela Folha, não perdi o hábito e fiz algumas anotações. O vereador Zecão (PMDB) que ‘não manda dizer’, criticou, em reunião passada, a greve das centrais sindicais no dia 11 de julho. Pois líderes dos Sindicatos do Calçado, da Construção e dos Metalúrgicos, foram à tribuna livre criticar o vereador pelas suas manifestações. Zecão ouviu e no final reforçou suas posições de que a greve foi um fiasco.

As estradas pedagiadas também foram foco. Zecão se disse admirado – e eu imaginava que alguém diria isso quando vi as fotos que a reportagem da Folha fez na RSC-287 semana passada – que funcionários de uma empresa contratada emergencialmente pela EGR fazendo reparos no asfalto com pá e enxada. Celso Krämer (PTB) assinalou que depois do Estado assumir os pedágios as cancelas deveriam ficar abertas e a cobrança só voltar quando os serviços de manutenção e atendimento estivessem definidos. João Sthal (DEM) lembrou que em Santa Catarina o pedágio cobrado é de R$ 170.

Cândido Faleiro (PT) se sai bem na defesa das críticas contra o governo. Disse que a EGR recebeu as estradas na ‘capa da gaita’, o que é verdade também, e lembrou que quando os pedágios iniciaram, no governo Antônio Brito (PMDB) os serviços de ambulância e guincho vieram meio ano depois da cobrança começar.

Outro debate, e que vai seguir, foi sobre a liberação da maconha no Uruguai. Aliás o presidente Pepe Mujica, mesmo depois de ter aprovação do Congresso, ‘sentou pra trás’ e quer fazer um plebiscito para a população aprovar ou não a liberação. O assunto foi levantado na Câmara pelo vereador João Sthal (DEM), projetando resultados nefastos para a sociedade caso essa liberação venha ocorrer também no Brasil. Na sequência, Eduardo Kappel (PP) se disse favorável a liberação geral das drogas, para espanto geral de todos presentes. O tema vai ganhar um debate maior, mas é visível que são poucos os favoráveis à legalização das drogas e sua exploração comercial pelo governo, como é pretendido no Uruguai, e porque não, no Brasil.

O que estranhei na reunião dos vereadores é a divisão de tempos que é feita na hora dos pronunciamentos. Um cede dois minutos pra fulano, mais um minuto pro beltrano e outro para cicrano. Estranho. Se tem tempos definidos, que cada um use o seu. Seria o lógico.