Como era esperado, o ministro Celso de Mello deu o voto decisivo pela aceitação dos ‘embargos infringentes’, denominação mais chique para o que Lula chamava de ‘maracutaia’. Traduzindo, as penas impostas em 53 sessões de julgamento de José Dirceu e sua quadrilha do Mensalão, não vão ser cumpridas. Vai ser discutido tudo novamente. Vão ‘empurrar com a barriga’, diminuir a pena, inocentar, mas ninguém, pelo menos do PT, vai cumprir prisão. Os presos políticos não vão virar políticos presos. Vai cumprir cadeia Marcos Valério e outros que não tem a estrela.Uma sensação de ‘murchidão’ é sentida no Brasil. Sensação de impunidade, que com certeza vai incentivar o aumento de crimes Brasil a fora. Mas é bom ficar atento, pois “ladrão de galinha” não tem privilégios de ‘embargos infringentes’. Vai pra trás das grades mesmo.é preciso reconhecer que foi uma estratégia muito bem orquestrada e à luz da lei nada de errado. Alguns ministros do Superior Tribunal Federal estavam por sair pelo tempo de casa. Ai a presidente Dilma indicou novos ministros. Luís Barroso, que antes de assumir já não escondia que considerada exageradas as penas impostas no Mensalão; Dias Tofoli, advogado do PT, que não passou em concursos para magistratura e se tornou o primeiro ministro do STF que não foi juiz; mais Teori Zavascki. Estava formado o trio de novatos nomeados ou escalados por Dilma para dar um jeito no Supremo.Este episódio faz ressurgir a discussão da PEC 17, como me cita o advogado João Sdthal vereador do Dem. O projeto que está engavetado no Congresso, prevê mudança na composição do STF, onde hoje o Presidente da República escolhe os ministros. Pela proposta de mudança, o Presidente tem direito a nomear três dos 11 ministros, os demais serão indicados pela OAB, Ministério Público, Procuradoria da Justiça.é a salvação, pois do jeito que está, o STF passou a ser um mero instrumento manobrado pelo Presidente da República e seu partido, sem escrúpulos.é revoltante? Esse é só o começo.