Prestes a fechar mais um mês e não ter dinheiro para pagar o salário integral dos servidores, o governador José Ivo Sartori (PMDB) antecipa que vai atrasar novamente a parcela de R$ 280 milhões dos juros da divida com a União. Ele busca no STF evitar o bloqueio das contas do Estado novamente.Mas Sartori quer ir mais longe. Vai pedir ao Supremo Tribunal Federal a revisão completa do contrato de renegociação da divida com a União, acordado em 1998 pelo então governador Antônio Brito (PMDB). Um contrato que ‘pedalou’ o pagamento da dívida, mas com correção abusiva. O Rio Grande já pagou a dívida real mais que uma vez e ainda deve dois orçamentos anuais.O deputado Alceu Moreira compara o bloqueio das contas do Estado pela União com perdões, gastos e anistias concedidas pelo governo federal. Segundo ele, os estádios da Copa custaram 25 vezes mais que a parcela, o perdão a países africanos 12 vezes e os gastos em publicidade 8 vezes. “A dívida em 1998 era de R$ 9,7 bilhões, o RS já pagou mais de R$ 20 bilhões e ainda deve quase R$ 47 bilhões. A União age como agiota com o Rio Grande”, critica.Sartori, que não fez promessas de campanha, até porque sabia o ‘pepino’ que Tarso Genro (PT) estava lhe passando, sempre diz que ‘vai fazer o que precisa ser feito’. E alguém tem que ter a coragem de questionar esta verdadeira ‘agiotagem’ que só interessa à União.é nestas horas que o nordeste nos dá exemplo. Todos os políticos, independente de partido, se unem em defesa dos seus projetos por lá. Aqui, Sartori vai iniciar este debate, mas terá contra uma parte do Rio Grande. Lamentavelmente.