A audiência pública da Assembleia Legislativa sobre a ferrovia norte/sul, realizada na segunda-feira, esclareceu um pouco mais os muitos pontos de interrogação que existem. A Valec, estatal que trata do assunto, apresentou como alternativas de rota duas estradas de ferro. Uma nova, estendendo a ferrovia norte/sul de Panorama em São Paulo, por Toledo, no Paraná; São Miguel do Oeste, em Santa Catarina, em linha reta até Cruz Alta, no Rio Grande do Sul, de onde vai a Santa Maria e de lá dobra para Rio Pardo, de onde parte para o Porto de Rio Grande. A segunda linha seria o aproveitamento da estrada de ferro São Paulo/Porto Alegre, que já existe, entrando pela serra, em Vacaria, Caxias, Bento, Roca Sales, de onde cruzaria o Taquari, em novo traçado, passando por Lajeado, Venâncio, Santa Cruz, até Rio Pardo, formando um entroncamento com a linha vinda de Santa Maria unindo as duas para o porto de Rio Grande.
Se for esta proposta, penso ser a melhor. A norte/sul vem pela zona da produção de grãos desde o Mato Grosso, Parana, Rio Grande do Sul para o porto de Rio Grande, o que desafogaria as estradas e muito. A outra linha pela serra, aproveitando trilhos já existentes, serviria para transportar produção metalmecânica, de móveis e outros produtos da serra gaúcha, produtos alimentícios do Vale do Taquari e o tabaco do Vale do Rio Pardo, para exportação pelo porto de Rio Grande.
Neste projeto, Rio Pardo, uma cidade que parou na história, seria transformada em entroncamento ferroviário de grande escala. Por isso o pleito do novo prefeito daquele município, Fernando Schwanke, em criar na cidade um terminal logístico, que além da ferrovia pode incluir a navegação via Jacuí e um porto seco para atender rodovias. Rio Pardo renasceria.