A Câmara de Vereadores sempre foi comandada basicamente pelo PMDB e nos últimos quatro anos virou reduto da oposição com PMDB, PP e PTB. Das urnas na última eleição saiu uma nova composição do legislativo, com maioria governista liderada por PDT e PT. Ontem pela manhã visitei o presidente Telmo Kist (PDT) e ele me falou com entusiasmo das inovações que está implantando no legislativo. Ele quer que os assuntos sejam mais claros para serem discutidos e conhecidos nas reuniões, para que todos que estejam presentes saibam o que está sendo discutido e votado.

Lembro de um episódio no ano passado, quando foi posto em votação a mudança de um artigo de uma lei número tal e foi aprovado, sem discussão – pois já havia sido acordado durante a tarde – e sem que as demais pessoas soubessem o que fora votado. A repórter da Folha, Letícia Wacholz, que cobre as reuniões, foi pesquisar para complementar a matéria de divulgação e descobriu que tinha sido votada a redução de escolaridade para contratação de assessores na Câmara, que baixou de ensino médio para ensino fundamental incompleto. Ai é que o assunto veio a público e virou toda aquela polêmica. Por falar nisso, nos próximos dias entra projeto restabelecendo a exigência de ensino médio para assessores.

Telmo quer o Legislativo, que hoje emprega 60 pessoas, contando os 15 vereadores, mais organizado e atuante. Por falar nisso, ele me contou que está suspendendo a reforma do telhado que estava orçada em quase R$ 400 mil. Uma vistoria de engenheiros constatou que as goteiras do telhado eram provocadas pela incompatibilidade do volume de água nas calhas, para onde converge um telhado de 800 metros quadrados, com a bitola dos canos de 20 polegadas que recebiam toda água. Resultado: a calha transborda e inunda o plenário. Telmo diz que colocando mais canos para escoamento da água das calhas, se resolve o problema, sem precisar trocar todo o telhado como tinha sido sugerido em laudo técnico feito na gestão do presidente anterior Paulo Mathias Ferreira (PMDB).