Para muitos jovens que só viveram este século, reproduzo publicação na web do advogado porto-alegrense Marcelo Aiquel.Em 25 de agosto de 1999, ao lado de Lula, com o apoio de Agnelo Queiroz, Marina Silva e vários outros conhecidos figurantes, o então deputado José Dirceu entregou ao presidente da Câmara, Michel Temer, o documento que pedia o impeachment de Fernando Henrique Cardoso. Presidente do PT à época, José Dirceu caprichou na pose de defensor da pátria em perigo ao tentar justificar o que acabara de fazer naquele dia. “Qualquer deputado pode pedir à Mesa a abertura de processo de impeachment contra o presidente da República”, bradou depois de entregar ao presidente da Câmara, Michel Temer, o documento que propunha o afastamento de Fernando Henrique Cardoso, reeleito dez meses antes. “Dizer que isso é golpe é falta de assunto”, dizia Dirceu.Com a expressão colérica recomendada a quem repetia de meia em meia hora que o PT “não róba nem dexa robá”, o orador tratou com igual ferocidade ao então chefe de governo, que considerava incapaz de governar. A perda do cargo seria um castigo até brando para FHC, gritou, na época Dirceu.

Foto: DivulgaçãoZé Dirceu entregando pedido de impeachment de FHC em 1999, ao lado de Lula.
Zé Dirceu entregando pedido de impeachment de FHC em 1999, ao lado de Lula.