Venâncio vive dias agitados nos bastidores da classe dos comerciários. Dois diretores locais do Sindicato dos Comerciários de Santa Cruz, que tem extensão em Venâncio, se dizendo cansados dos métodos impostos pelo presidente Afonso Schwengber, que está há um quarto de século na presidência da entidade representativa dos empregos do comércio, afastaram-se do comando e convocaram uma assembleia da categoria para fundação de um Sindicato local, no dia 7 de outubro na Sociedade de Leituras.
Outros sindicatos locais, como dos Metalúrgicos, do Calçado, dos Trabalhadores Rurais apoiam a iniciativa. Darli Estreich, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, justificou seu apoio formal a iniciativa por entender que deva existir em Venâncio um Sindicato dos Comerciários, única categoria expressiva de trabalhadores que ainda é atrelada a outro município e pelo fato de muitas mulheres comerciárias, serem esposas de trabalhadores metalúrgicos.
A iniciativa fez Afonso Schwengber e sua turma ‘aterrizarem’ em Venâncio com armas conhecidas. Panfletos difamatórios, mentiras, que inclusive me envolvem, por ter manifestado abertamente meu apoio a criação de um Sindicato local dos Comerciários. Schwengber, por estar por mais de 20 anos na presidência, ainda pratica a liderança sindical do século passado, que prega o ódio dos trabalhadores contra as empresas, em tempos que o sindicalismo se modernizou. Cito como exemplo clássico disso o Sindicato da Construção, liderado por Jandir da Silva, que se abriu ao entendimento com empresários do setor de construção, para criar em conjunto uma Escola Profissionalizante para os trabalhadores da construção civil. Do outro lado o empresário Vorlei Mantelli, da Simon Construções, liderou a parceria.
Dia desses Vorlei me contou que chegou a ser questionado por outro empresário do setor sobre qualificar a mão de obra, se isso custaria logo adiante melhores salários. Vorlei, de uma nova geração de empresários, respondeu que qualificando os trabalhadores do setor, as empresas vão sim ter que pagar melhores salários, mas terão mão de obra mais qualificada, que vai melhorar a produtividade e qualidade das obras que as construtoras fazem. Esse é o novo modelo que precisa ser entendido e por isso Venâncio quer se ‘livrar’ de Afonso Schwengber.
A decisão vai estar na mãos dos comerciários no dia 7 de outubro.