Que a China anda à passos largos para ser a maior economia mundial, todos sabemos. E todos querem ter parcerias com o capital chinês. Mas existe sempre o outro lado da moeda.
Conversei nesta semana com o empresário Walter Bergamaschi, de Venax Eletrodomésticos, e ele revela o ‘ lado danoso’ da expansão chinesa, que pratica uma concorrência predatória pela competitividade de seus preços, possíveis em grande parte pela mão de obra barata. Bergamaschi sente isso na pele. Fabricava 4 mil bicicletas e hoje deixou de fabricar pela concorrência chinesa que oferece bicicletas mais baratas. A Venax, uma das marcas mais famosas de fogões no Brasil, que chegou a produzir 32 mil fogões reduziu para 8 mil sua produção, pelo ingresso de produtos chineses no mercado.
“Os bens produzidos pela Venax batem de frente com os que vem de lá. A diferença de preço é espantosa. Mensalmente perdemos uma fatia de mercado. Por casualidade, hoje, pela manhã, um de nossos clientes do Uruguai esteve em nossa empresa. Importador de Freezer há 11 anos, nos comunicou que continuará comprando outros produtos, menos o freezer, por que os chineses desenvolveram um similar. Preço do produto da Venax, USD 292, preço do freezer que vem da China USD 148. Este é um dos exemplos dos inúmeros produtos que já foram suprimidos de nossas vendas.
Não temos nenhuma perspectiva de poder vender qualquer produto de nossa linha para aquele mercado”, escreve o empresário, mostrando o outro lado da história.