A Marcha dos Prefeitos, que levou 80% dos prefeitos brasileiros à Brasília nesta semana, terminou com decepção diante da posição da Presidente Dilma. Vejo pessoas criticarem os prefeitos por terem vaiado Dilma, quando ela anunciou a transferência emergencial de R$ 3 bilhões para as prefeituras, com uma parcela a ser paga agora em agosto e outra em abril de 21014, como auxílio de custeio na saúde e educação.

é preciso entender o desespero dos prefeitos. Eles não querem uma ‘doação’, que vai possibilitar pagar ações pontuais de saúde e educação – Venâncio vai receber duas parcelas de R$ 480 mil. Os prefeitos querem uma melhor divisão no bolo tributário, através do Fundo de Participação dos Municípios. A reivindicação é de aumentar em 2,5% este repasse. E justamente aí está o entrave. O governo federal, que concentra o dinheiro em Brasília, repassou muitos encargos aos municípios ao longo dos anos, mas não os recursos necessários para atender estes compromissos. Hoje o Presidente da República tem a ‘chave do cofre’ e por ‘conta gotas’ vai negociando com Estados e Municípios a liberação de dinheiro, muitas vezes em troca de negociações políticas.

Esta realidade é que os prefeitos querem mudar. Ter a garantia de a cada mês receber os recursos que possam cobrir as despesas e ações que a União lhes repassou, sem o acompanhamento dos recursos necessários.