Na Assembleia do Cepergs na sexta-feira, o magistério público estadual resolveu aderir à greve promovida pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação para os dias 22, 23 e 24 de abril. A reivindicação dos professores é definir a implementação do piso no plano de carreira, atraso de 10 anos nas promoções de professores e melhores condições para as escolas.
Por princípios, sou contra a greve, pois os prejudicados serão as crianças, que nada tem a ver com as negociações entre Estado e professores. O certo é que tivemos quatro governos diferentes: PDT com Colares, PMDB com Rigotto, PSDB com Yeda e agora PT com Tarso. E ninguém conseguiu atender as reivindicações dos professores. Tarso fez campanha prometendo pagar o piso nacional, que hoje é de R$ 1.557 para 40 horas em nível básico. Se elegeu mas até agora não pagou, por não ter como pagar. As contas divulgadas são que o déficit do Estado com o piso não pago aos professores já soma R$ 10 bilhões. Cava-se mais um buraco. O RS está atolado em dívidas, mesmo sendo um dos estados de maior produção agrícola, industrial e de serviços.
Só para comparar, a prefeitura de Venâncio paga o piso básico de R$ 1.155,99 para professores com licenciatura, que é a exigência para ser chamado. Mas este valor é para 20 horas. Se levarmos em conta 40 horas, como é o piso nacional os professores, os municipais recebem em Venâncio R$ 2.311,98. Esse valor é 48% mais do que o piso nacional que os governadores não conseguem pagar para os professores da rede estadual. Os prefeitos conseguem, pelo menos alguns, como os de Venâncio tem conseguido.