Protestar, cobrar, mas com fundamento
Protestar, cobrar, mas com fundamento

O grupo que restou do movimento Despertar em Venâncio, classificado pelo presidente do Legislativo Telmo Kist (PDT), como juvenil, que tem a sua forma de entender as coisas, mas que mesmo assim merece respeito, como teve no Legislativo ao receber espaço na tribuna para se manifestar, é o grande assunto da cidade. Liderado ou representado por Daniel Poletti, um grupo de não mais de 50 jovens, foi ao Legislativo na segunda-feira exigir a redução de 20% dos salários de prefeito, vice, vereadores e secretários.

Estão no seu direito, é correto reivindicar, mas não é assim que funciona. Os valores de salários de cargos eletivos são fixados pelos legisladores do governo anterior. Portanto não é prefeito, nem vice, nem vereadores eleitos que definem o seu salário.

Numa conversa com o prefeito Airton Artus nesta semana ele me citava que um prefeito abandona sua profissão, sacrifica a família, pois consome pelo menos 15 horas do dia no seu trabalho. Depois de encerrar o mandato, volta para um mercado de trabalho, onde não tem mais pacientes, no caso de Airton Artus, que é médico e precisa recomeçar. Governadores, presidente, deputados se aposentam depois de oito anos de mandato.

A passeata, que passou defronte casa do prefeito, na segunda-feira, não o encontrou em casa, pois ele estava a trabalho ainda. A Primeira Dama Miriam Artus saiu pra rua para receber os manifestantes que gritavam palavras de ordem exigindo redução de 20% do salário, quando teriam gritado para a Primeira Dama que ela também deveria ter os salários reduzidos em 20%. Miriam disse que apoia o movimento e explicou que a Primeira Dama não recebe salários. é um cargo honorífico.

Cito isso para mostrar que é preciso qualificar movimentos que pretendam aprofundar o debate de questões importantes como essa e que entendo são importantes, mas que devem ser postas com mais fundamentação.