Por estes dias tem se ouvido exageros na polêmica sobre o projeto de construção do presídio em Vila Estância Nova. Terrorismo verbal, – tipo “vão transferir o Presidio Central para Venâncio – Vamos ter cinco mil presos aqui”, distorção dos fatos, omissão de fatos e por aí vai. Os fatos são que não se quer mais a continuidade do atual sistema semiaberto em Estância Nova, tampouco um presidio estadual fechado abarrotado lá.
O governo projetou a construção de um novo presídio estadual fechado com um semiaberto intramuros, na negociação que vem sendo mantida entre o prefeito Airton e os governadores Yeda e Tarso. Pressionado pela comunidade, Airton defende que o presídio fechado seja regional dirigido por uma Vara de Execuções Criminais local ou regional. Este é o ponto de divergência, pois o projeto em andamento prevê presídio estadual dirigido pela VEC da capital, mantendo o sistema de mandar para cá detentos perigosos do Presídio Central como é hoje no semiaberto.
No encontro do prefeito Airton com o secretário estadual de Segurança Airton Michels nesta semana, o fato novo foi a apresentação do projeto alternativo de um presídio fechado industrial desenvolvido pela arquiteta Fabiana Bergamaschi, diretora da Venax e vice-presidente de Indústria da Caciva, entidade que levou o projeto ao prefeito.
Airton destacou seis pontos nesta negociação e Michels sinalizou positivamente.
– Fechamento do atual semiaberto de Estância Nova
– Vara de Execuções Criminais local ou regional
– Repasse de área para Distrito Industrial em Estância Nova
– Instalação de Posto Policial em Estância Nova
– Criação de um Batalhão para a Brigada Militar com aumento de efetivo
– Construção de nova Delegacia de Polícia
A negociação se encaixa na avaliação que já fiz na coluna nesta semana. Vai sair o presídio fechado e o semiaberto intramuros em Estância Nova, mas em nova localização, no final da área, com a destinação de 80 hectares frontais a RST-287 para criar um distrito industrial, que aproveite incentivos que existem para empresas que se instalem próximas de presídios.
Entendo que do projeto da Caciva, que é um projeto modelo europeu, será aproveitada a ideia de uma escola industrial intramuros, pois os governos tem programas que seguem projetos iguais e não poderia fazer um modelo em cada local diferente.
Já ficou bem melhor do que estava.
As contrapartidas de segurança são três, um Posto Policial em Estância Nova, transformar o Pelotão da BM de Venâncio em Batalhão e a construção de uma nova Delegacia de Policia. Michels concordou com as três reivindicações de contrapartida. Mas deve seguir a negociação sobre os dois pontos nevrálgicos da questão: origem dos detentos e VEC que vai dirigir.
Michels viu com bons olhos as propostas de Airton e deve vir a Venâncio nos próximos dias. Penso que se vai vir, é porque terá alguma noticias alentadora.