Leio manchete que diz: Prefeitura vai subsidiar replantio de erva-mate no interior. Uma notícia alvissareira. Nos últimos anos os nossos ervais vem sendo literalmente arrancados, diante do baixo preço da erva verde. As terras dão lugar especialmente ao aipim, vendido para a Ceasa e que produz bem na terra vermelha, que também produz boa erva-mate. No ritmo em que estava, corríamos o risco de em pouco tempo não ter mais erva-mate nas lavouras, o que seria um ‘mico’ para o município que ostenta oficialmente o título de Capital Nacional do Chimarrão.
A criação do Ibramate, um instituto que vai apoiar o setor, o levantamento da realidade produtiva no município feita pela Emater, Secretaria da Agricultura e Sindicatos ainda em 2012, permitem ter um quadro real e a partir dele, com a vontade política manifesta pelo prefeito Airton Artus, apoiar a recuperação do setor, ainda mais com a expectativa de preços melhores, pois o consumo do chimarrão não para de aumentar e se expandir.
O primeiro passo é subsidiar 100 mil mudas para repor 20% dos ervais dizimados. Os levantamentos feitos mostram que 80% da erva plantada hoje em Venâncio é da variedade ‘argentina’, que cresce mais rápida, mas que é própria para chás. A proposta é de incentivar o plantio de erva-mate nativa, que é a mais apropriada para o chimarrão e com maior valor comercial. Hoje são 500 produtores em Venâncio com 1.300 hectares de erva-mate plantada. Já tivemos mais de 4.000 hectares plantados.
Organizar os produtores numa associação – que pode até criar um selo de garantia de Erva-Mate de Venâncio Aires – e uma parceria com as cinco ervateiras locais, que foi acenada por Celso Scherer representando as indústrias, também está sendo projetado por esta iniciativa.