Selvino e os bastidores do poder central

Selvino Heck, ao enviar a coluna semanal, anexa avaliação – claro que na ótica petista – dos acontecimentos da semana na capital federal.

“Lula, leve, livre e solto: foi a expressão usada pelo ministro Gilberto Carvalho durante a reunião ordinária que temos segunda à tarde, quando se colocam os assuntos da semana em dia. A esperança, por óbvio, e a certeza é que Lula, especialmente a partir de maio, entre firme nas eleições, principalmente em São Paulo capital. Aliás, fiz uma análise-vaticínio na reunião da segunda: Serra chega em terceiro no primeiro turno. A disputa vai ser entre Fernando Haddad, PT, e o Chalita, do PMDB, que tem apoio do Temer e, principalmente, de setores importantes da igreja católica – padre Marcelo Rossi e bispos – e mesmo de outras igrejas. Vamos ver se sou bom de análise.

Esse quadro de São Paulo tem a ver com a questão do senador Demóstenes. Cada dia estão aparecendo mais coisas, envolvendo o governador de Goiás, Marconi Perillo, do PSDB, e há sinais de que vai respingar muito mais longe, inclusive em São Paulo. E há fortes possibilidades de sair uma CPI no Congresso. Aí vai sobrar pra quase todo mundo, talvez até em casos isolados do PT. Vamos ver.

A ironia da história é que o então senador Bornhausen, de Santa Catarina, então no PFL, depois DEM, e que hoje está no PSD – safou-se a tempo – disse sobre o PT: “Vamos acabar com essa raça.” O que está acontecendo é o contrário. Por aqui, o comentário é que este é o fim do DEM. é só uma questão de tempo, ou seja, passar as eleições municipais. A tendência é o DEM se juntar com o PSDB, que também está com mil problemas, ou o PPS. Aliás, não é de graça que o Fernando Henrique anda elogiando a Dilma e visitando o Lula no hospital. Em política, os gestos contam muito. São simbólicos e não são por acaso.

No PT, seja o gaúcho, seja o nacional, a perspectiva é de aumentar bastante o número de prefeituras, seja com cabeça de chapa ou em alianças. Lula vai se jogar nisso. Grande parte dos problemas no Congresso – aprovação de projetos, governabilidade, necessidade de alianças que em situações normais não seriam feitas – têm a ver com a sustentabilidade política – número de deputados federais e senadores, número de prefeitos e vices – frágil ou insuficiente que o governo Dilma tem (e não era diferente no governo Lula). A gente engole cada sapo…

Por fim, o pacote de medidas industriais, elogiado por quase todos – parece que até pela Miriam Leitão, da Globo -, lançado pela presidenta Dilma tem dois objetivos principais: garantir um crescimento econômico de 4% em 2012 – portanto, continuidade do aumento de empregos e melhoria da renda da população – e enfrentar a crise mundial, que continua braba. Outras respostas econômicas e políticas virão na reunião do G-20, que será nas próximas semanas, e na Rio+20 e Cúpula dos Povos, em junto no Rio. Tudo isso, por tabela, também deverá ter influência direta e indireta nas eleições municipais.

Deve sair uma pesquisa do IBOPE-CNI esta semana ( saiu quarta-feira) dizendo que a aprovação da Dilma e do seu governo aumentou ainda mais, acima dos números já quase estratosféricos das pesquisas anteriores. Se confirmado, aumenta ainda mais a ‘responsaÂ’ de todos que estão no governo. Sai de baixo!

Será um ano de muito trabalho e também de muitas emoções”.

 



Sérgio Luiz Klafke

Sérgio Luiz Klafke

Diretor de Conteúdo e colunista da Folha do Mate

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