Selvino na Argentina

Selvino Heck, que esteve na Argentina até quinta-feira, conta algumas de lá.

“Muito trabalho. De quinta passada até domingo, reunião com movimentos sociais da América Latina e Caribe sobre segurança alimentar e soberania alimentar. Muitos problemas sobre a compra de terras por parte de estrangeiros em todos os países, o que afeta ou afetará no futuro a soberania alimentar, assim como o eterno problema dos preços dos produtos dos agricultores familiares. Tirou-se um documento para a Assembleia da FAO. Como eu era observador na reunião – o único representante do governo brasileiro – fiquei mais escutando e conversando nos intervalos.

A partir de segunda, começou 32ª Conferência da FAO para a América Latina e Caribe, onde faço parte da delegação do governo brasileiro. José Graziano, o brasileiro que é Diretor Geral mundial da FAO participou. Muitos assuntos, seja sobre a realidade da agricultura e alimentação nos países latino-americanos e caribenhos, seja sobre os desafios que se apresentam. Estes países serão, se já não o são, celeiros do mundo. Por isso, todo cuidado é pouco para garantir uma agricultura com produtividade e, ao mesmo, cada vez mais livre de agrotóxicos e venenos. O foco central de todos os debates é a agricultura familiar e as mudanças climáticas, com um olho de todos na Rio+20, que vai realizar-se em junho no Rio.

De Brasil e política brasileira, estou acompanhando pouco. Fora a internet (com seus problemas), as informações e notícias em jornais daqui são poucas. Mesmo assim, ontem (terça-feira) tive que fazer gestões junto ao governo brasileiro, a pedido de representantes da Contag e outros movimentos sociais brasileiros, preocupados com uma votacão na Câmara Federal sobre compra de terras por parte de estrangeiros, que está acontecendo estes dias.

Aqui, o tema central é o julgamento dos militares que da ditadura adotaram crianças e que agora – os chamados netos da ditadura – estão sendo entregues a suas verdadeiras famílias. As Mães da Praza de Mayo estão comandando este processo. Dia 24, sábado, 36 anos do golpe, início da ditadura, houve uma marcha enorme por Buenos Aires, da qual participamos os participantes do Encontro, que terminou na Plaza de Mayo, em frente à Casa Rosada, palácio presidencial.

De futebol, pouco. Não dá tempo, embora muitos jogos na televisão, inclusive na FOX, que ganhou os direitos da Libertadores aí no Brasil. Mas pelo que vi, fala-se mais do Messi aí no Brasil que por aqui”.

 



Sérgio Luiz Klafke

Sérgio Luiz Klafke

Diretor de Conteúdo e colunista da Folha do Mate

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