Tarso Genro paga o preço de uma campanha

Na campanha eleitoral de 2010 o magistério teve uma verdadeira guerra com a governadora Yeda Crusius, que queria mexer no plano de carreira do magistério para pagar um piso de R$ 1,5 mil para a categoria. Historicamente ligado ao PT, o comando do Cpergs encontrou guarida no candidato do partido, que fora Ministro da Justiça e Educação nos governos Lula. Tarso Genro garantiu aos professores o atendimento do piso sem mexer no plano de carreira. Ganhou a eleição com folga, mas logo que assumiu veio a cobrança dos professores. Sabidamente nas condições atuais o governo do estado não tem de onde tirar dinheiro para pagar o piso nacional, que é de R$ 1.451,00. O governador encaminhou e aprovou na Assembleia, onde tem ampla maioria, reajuste de 23,5% para os professores. O que não é pouco. O estado divulga que no governo Rigotto os professores receberam 18,6% de reajuste, no governo Yeda 7% e no governo Tarso serão 76,6%.

Mas com todos os reajustes o cálculo é que até o fim do governo Tarso o piso salarial dos professores chegue a R$ 1.260,19, como revelou o deputado de oposição Lucas Redecker (PSDB). Ele prevê que o governo irá sofrer uma enxurrada de ações judiciais por parte dos professores cobrando o pagamento integral do piso. Líder da Bancada do PSDB na AL, Redecker classificou como estelionato eleitoral a promessa feita na campanha pelo governador Tarso Genro de pagar o piso nacional do magistério, e que agora, sabe-se, não será cumprida pelo petista.

O senador Cristóvam Buarque (PDT/DF) também cobra. Ele cobra primeiro do seu partido por estar concordando com Tarso. “Fico imaginando o que estará pensando Leonel Brizola no céu”, disse Buarque, criticando a contradição dos deputados do seu partido no RS. O senador diz que o RS como 4° maior PIB nacional, pode sim pagar o piso do magistério. “é só enxugar os gastos no executivo, legislativo e judiciário”.

Também penso que um estado com a riqueza do Rio Grande tem sim condições de pagar melhor seus professores, mas para isso terá que cortar fundo na estrutura dos três poderes.



Sérgio Luiz Klafke

Sérgio Luiz Klafke

Diretor de Conteúdo e colunista da Folha do Mate

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