O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB/RJ) rejeitou uma fila de pedidos de instalação do processo de impeachment contra a Presidente de República Dilma Rousseff. Na quarta-feira, depois dos deputados do PT anunciarem que votariam pelo andamento do pedido de cassação de Cunha, ele tirou da gaveta o pedido mais robusto de impeachment de Dilma, formalizado pelos juristas Hélio Bicudo, fundador do PT e Miguel Reali Junior, que foi Ministro da Justiça do Governo FHC, alegando falcatruas nas contas públicas, com as pedaladas fiscais.Era esperado. E vai paralisar ainda mais o país, que já anda de ré. A comissão especial de 65 deputados, com todos os ‘cabeças’ do Congresso, agora vai analisar o pedido aceito por Cunha e se passar vai para o plenário, onde serão necessários 342 dos 513 deputados para derrubar a Presidente.Será uma guerra política. Cunha diz que atendeu o clamor das ruas. Dilma foi a TV dizer que não teme, que não cometeu ilícitos, que tem um passado e um presente limpo etc.O processo de impeachment é na verdade um rito político e não jurídico. Foi assim quando o PT liderou o pedido de impeachment que derrubou o presidente Collor em 1992, comprovando-se depois apenas a compra irregular de uma Fiat Elba. Com o PT novamente em 1999, quando tentou derrubar o presidente Fernando Henrique Cardoso, mas não conseguiu.O ato de Cunha fechou uma série de movimentos. Até quarta-feira o PT e Cunha negociavam o engavetamento do pedido de impeachment de Dilma e o arquivamento do pedido de cassação de Cunha. Não houve acerto. E os dois podem cair.Antes também de Cunha anunciar o pedido, o PMDB já tinha feito movimentos com lideranças politicas do PSDB e lideranças empresariais, para apresentar o plano Uma Ponte para o Futuro, que na verdade é um Plano de Governo. Recebeu sinal verde. Michel Temer está pronto para assumir, formando uma nova coalização de partidos no governo, sem o PT. Lula despareceu. Deixou Dilma só. A queda de Dilma agora pode ser combustível para uma candidatura mais forte de Lula em 2018?Tudo isso está em jogo. Que se resolva o quanto antes, para que o país possa retomar sua vida normal. Com ou sem Dilma.
Sérgio Klafke
Temer pronto para assumir
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB/RJ) rejeitou uma fila de pedidos de instalação do processo de impeachment contra a Presidente de República Dilma Rousseff. Na quarta-feira, depois dos deputados do PT anunciarem que votariam pelo andamento do pedido de cassação de Cunha, ele tirou da gaveta o pedido mais robusto de impeachment […]
Assuntos