Em 2013 os professores das escolas estaduais do meio rural souberam do plano do governo do Estado de mudança na organização do currículo, passando do regime seriado para o de ciclos, que seria preparado em 2014. Na segunda-feira, quando iniciaram as aulas da rede estadual, os professores foram pegos de surpresa com a mudança. Não tem mais um professor para cada turma. Agora será um professor para cada três turmas, nos ciclos de formação. Um professor para alunos de 6, 7 e 8 anos; outro para 9, 10 e 11 anos e um terceiro para alunos 12, 13 e 14 anos. Uma solução prática para a dificuldade do Estado em prover as escolas de professores, mas que não leva em conta a qualidade da educação das crianças, que vai cair ainda mais.A professora Zeni da Silva, diretora da Escola São Luiz de Santa Emília, com 105 alunos, ferrenha defensora da classe e que fez campanha aberta para Tarso Genro, se mostra decepcionada. Ela entende que pelo menos deveria ter sido feita uma preparação de professores, pais e alunos para a implantação da mudança.A ‘criatividade’ do governador Tarso e do secretário Clóvis, me faz lembrar de quando estudei na Escola Estadual Pedro Beno Bohn, lá na Vila Arlindo. Tínhamos um professor para as quatro ou cinco séries inciais, não lembro bem. Ele dava aula um pouco para cada uma das cinco filas (turmas) na sala, na pequena escola de madeira.Ah, me lembro também que o professor, que não recordo o nome no momento, tinha uma vara de marmelo para ‘acalmar’ os mais ‘medonhos’ e até um punhado de grãos de milho para colocar de joelhos, atrás da porta, quem lhe desrespeitasse. Mas isso foi lá em 1967, faz quase meio século.Pelo menos vara de marmelo e grãos de milho – que nunca me castigaram – não vão voltar, disso tenho certeza.
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