As máscaras estão no centro das discussões. Ou melhor, a continuidade ou não da utilização delas. Nos últimos dias, autoridades passaram a tratar o tema com mais intensidade, apresentando como argumentos, especialmente, a queda no número de casos, internações e mortes por coronavírus e o avanço percentual da vacinação em relação à população. Destaque para as declarações dos prefeitos de Porto Alegre e Lajeado, Sebastião Melo e Marcelo Caumo, respectivamente, que se manifestaram favoráveis à desobrigação do item de proteção em ambientes abertos, principalmente. Melo, aliás, está tentando sensibilizar o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, a anunciar a flexibilização.
O prefeito de Venâncio Aires, Jarbas da Rosa, vai no mesmo caminho. Entende que, como a pandemia está sob controle, é possível analisar a desobrigação das máscaras em ambientes abertos. Na opinião dele, no entanto, seria prudente, no caso da Capital Nacionall do Chimarrão, aguardar um pouco mais, até que o percentual de 75% da população tenha recebido duas doses da vacina contra a Covid-19. Médico que é, Jarbas sabe que um elevado número de pessoas imunizadas pode garantir mais segurança e, na sequência, a queda das máscaras. Inicialmente, ao ar livre e, depois, se o cenário positivo for mantido, até mesmo pensar no fim da obrigatoriedade do item.
Só que, na contramão desse pensamento de retomada, de ‘novo normal’ e de vida social liberada, vem a preocupação de que tenhamos que enfrentar uma nova onda da doença, o que é realidade na Europa – mais especificamente na Alemanha, que na quarta-feira, 3, registrou 34 mil casos em um único dia, o maior número de confirmações desde o início da pandemia – e também em municípios próximos de Venâncio Aires. Só para citar um exemplo, Cachoeira do Sul, distante cerca de 130 quilômetros daqui, tem 10 pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Covid do Hospital de Caridade e Beneficência.
Em razão disso, a infectologista Sandra Knudsen afirma que não é o momento de baixar a guarda, sob pena de deixarmos de ter a realidade de controle da pandemia. De acordo com ela, o compartilhamento do ar em ambientes fechados é o que representa o maior risco. E aí, as máscaras vão cair ou não? Aguardemos.