Levantamento feito pela Folha do Mate, com base nas estatísticas da criminalidade apresentadas pela Secretaria da Segurança Pública (SSP) do Rio Grande do Sul, resulta em bons e maus ‘recortes’ para a Capital Nacional do Chimarrão. Para fazer a análise e comparar os dados, a Folha calculou a média mensal de todos os tipos de crimes acompanhados pela SSP, já que em 2019 temos apenas oito meses de informações, enquanto os demais anos estão completos e apresentam números consolidados.

Considerando as médias mensais, temos redução nos casos de homicídio, abigeato e furto. Nos últimos cinco anos, 2019 é o que menos registrou estes três tipos de crime. Na contramão, aumentaram os casos de furto de veículo, estelionato e tráfico de drogas. Também nos últimos cinco anos, nunca se registrou tantas ocorrências relacionadas aos três delitos como em 2019. O crime de roubo tem a menor média desde 2015, já o roubo de veículo apresenta a menor média desde 2015. Há crescimento de registros envolvendo armas e munições e queda de crimes relacionados à posse de entorpecentes.

Todos concordamos que, quando se trata de criminalidade, tudo que sobe é desagradável, e tudo o que desce é motivo de celebração. No entanto, todas estas informações são de extrema importância para que tenhamos noção de que atenção nunca é demais hoje em dia. Venâncio Aires ainda é considerada uma excelente cidade para se viver, no entanto o título de ‘pacato município’ já se foi há muito tempo. O perigo, nos chamados ‘horários alternativos’, é constante, e mesmo de dia claro tem estelionatário por aí oferecendo dinheiro fácil para prejudicar alguém. Os golpes, aliás, se multiplicam a cada dia que passa.

Por todos estes motivos, a comunidade de Venâncio Aires – em especial autoridades, Consepro, lideranças e forças policiais – tem mantido a mobilização em busca de reforço para o efetivo da Brigada Militar. Isso porque são os PMs que estão mais próximos dos cidadãos, bem como responsáveis pela resposta imediata quando os mais diversos crimes são consumados. Três brigadianos chegaram, entretanto outros três deixaram a 3ª Companhia, seja por transferência de cidade ou aposentadoria. Dessa forma, fica a sensação de que a Capital Nacional do Chimarrão não foi, de fato, contemplada com reforço policial. Ou, pelo menos, não como devia ser, por sua importância regional.

A mobilização em torno do assunto está mantida e, nesta sexta-feira, 13 (dia considerado por muitos como de azar), o comandante do 1º e 2º Pelotões da 3ª Companhia da Brigada Militar de Venâncio Aires, tenente Leandro Altermann, disse que tem convicção de que haverá movimentação da cúpula da segurança pública na região e no estado no sentido de atender a reivindicação local.

Atualmente, de acordo com o oficial, há viaturas e armamento suficientes, no entanto a falta de efetivo dificulta uma presença mais significativa do policiamento nas ruas. Inteligência e tecnologia, ressalta ele, são elementos fundamentais nas ações nos dias de hoje, mas nada substitui o policial. E o policial, por sua vez, é o responsável direto pela redução dos índices de criminalidade nas comunidades em que está inserido.