As últimas semanas foram tensas em Venâncio Aires na área da segurança pública. Morte ainda não elucidada totalmente – mas que provavelmente está relacionada com os furtos em série – e várias apreensões de entorpecentes, incluindo expressiva quantidade de ecstasy, droga sintética conhecida como causadora dos ‘três Es’: euforia, empatia e energia, que são os principais efeitos causados por ela no organismo. Há uma sensação de que as coisas saíram um pouco da normalidade, pois a Capital Nacional do Chimarrão ainda pode ser considerada uma pacata cidade do interior. Ou não pode mais?

Muitas pessoas devem ter feito esta pergunta a si mesmas nos últimos dias, já que o noticiário policial ganhou destaque como há muito tempo não acontecia. Além disso, nos grupos de WhatsApp não param de circular fotos e vídeos de dependentes químicos circulando pelos mais diferentes pontos do município, seja em busca de algo para furtar e trocar por drogas, ou mesmo já com o objeto do furto em mãos. Bicicletas, botijões de gás, escadas metálicas, portas de jazigos e por aí vai. Já vimos de tudo e parece que a situação só piora. Inclusive, alguns dos autores foram flagrados e levaram surras de pessoas lesadas, em tristes episódios de se fazer justiça com as próprias mãos.

Também preocupa e causa ainda mais questionamentos o fato de que poucas são as vezes em que os autores dos crimes, mesmo que presos em flagrante, não seguem para o sistema carcerário. É óbvio que sabemos que os operadores do Direito devem seguir as leis, contudo fica cada vez mais difícil aceitar algumas decisões. Com isso, aumenta a sensação de insegurança, prospera a impunidade e o prejuízo é de toda a sociedade. Já está ficando chato ouvir a piada de que o ladrão sai antes da Brigada Militar da Delegacia.

A BM, aliás, é cada vez mais briosa, bem como os agentes da Polícia Civil. Só que a legislação oferece muitas brechas, e elas são aproveitadas pelos defensores dos criminosos. Aumentar o rigor da lei é algo que virá ao debate com frequência, pois se continuarmos assim, uma hora os policiais não vão mais colocar as próprias vidas em risco para ‘enxugar gelo’, como eles mesmos costumam dizer. É preciso atentar para as mazelas e buscar soluções, pois os problemas são de todos. E também levar em conta que a drogadição é uma questão de saúde pública e o seu tratamento precisa ser encarado como uma necessidade.