Como era esperado, ontem pela manhã o prefeito Airton Artus assinou decreto prorrogando por mais um período a intervenção da administração municipal na gestão do hospital São Sebastião Mártir. Os dois períodos anteriores da intervenção foram de meio ano. Se prorrogasse por mais meio ano, o terceiro e último período possível, a intervenção iria até janeiro, quando um novo governo estará recém assumindo. Para evitar transtornos de início de gestão, e, diante do fato do atual mandado da diretoria do hospital ir até abril, Artus prorrogou por prazo de dez meses. Desta forma a intervenção vai até o final do mandato do presidente afastado Milton Deves. Quando terminar a intervenção, uma nova eleição será convocada para escolha de uma nova diretoria e termino da intervenção.A intervenção no hospital foi uma medida drástica do prefeito e que gerou conflitos políticos, uma vez que Milton Deves foi adversário de Airton na eleição passada. Os dois são médicos e conhecem bem a questão hospitalar. O reforço da Defensoria Pública pela continuidade das intervenção e o clima instalado no período pós intervenção, mostram que foi acertada a decisão tomada em julho do ano passado. A primeira barreira foi ou está sendo vencida. Mas o problema da dívida de R$ 12 milhões, que foi se acumulando na última década, ainda precisa ser resolvido.Com relação ao presidente afastado Milton Deves, tenho visto exageros. Deves pode ser contestado por gestão deficiente do hospital, afinal foi nos seus quatro mandatos seguidos que a dívida começou a galopar, mas é preciso lhe creditar também investimentos feitos em obras neste período, com dinheiro aportado por emendas parlamentares e por empresas que revitalizaram e ampliaram a área física do hospital.

O médico Oly Schwingel, que participou do grupo que lançou a ideia e liderou a comissão para a construção de uma UTI junto ao Hospital São Sebastião Mártir, vendo a conclusão do projeto que parecia utópico lá no início, já apresenta um novo desafio. Com a UTI por ser colocada em funcionamento, Oly desenvolveu um pré-projeto de um centro de diagnósticos e atendimento do hospital, a ser construído em terreno da Prefeitura onde hoje funciona a secretaria do Desenvolvimento Social e Gabinete da Primeira Dama. A maquete do projeto “bomba’ nas redes sociais e ontem, pela manhã foi apresentada ao prefeito Airton Artus e equipe. Imagino que como médico Artus brilhou os olhos também. Pode parecer distante, mas criado um pré-projeto e estabelecendo caminhos, penso que podemos sim ter mais esta conquista, mesmo que vá demorar. O desafio está lançado.

A Câmara de Vereadores de Venâncio Aires já foi decantada como uma das mais enxutas do Rio Grande, gastando menos de 2% do orçamento municipal. Não é mais assim. Neste ano o percentual do orçamento que será gasto pelo legislativo subiu para 3,99% do orçamento do município, que são R$ 3 milhões. A projeção é que haja devolução de dinheiro deste montante. Pela legislação o percentual para o Legislativo pode ser de até 7% e com a regulamentação de uma PEC poderá voltar a ser de até 8%. Isso permitiria que a Câmara gastasse até R$ 6 milhões em 2012.O custo dos vereadores, sem assessores e sem servidores concursados, que somam mais de 30 servidores, será de R$ 635 mil neste ano. A projeção para 2013, com mais cinco vereadores e o reajuste de 30% nos salários, vai aumentar R$ 618 mil. O custo então passa dos atuais R$ 635 mil para R$ 1.253 milhão. Com salários reajustados e cinco novos vereadores vai dobrar o custo.Se dizíamos com orgulho, e me incluo entre estes, que a Câmara de Venâncio era um exemplo em gastar pouco do dinheiro público, começa a piscar o sinal amarelo. E vejo gente fazendo contas de custo/beneficio.

A informação ainda não é oficial, mas deve ter uma confirmação ou não no início da semana. Ronald  Artus, Adjunto da Secretaria da Administração e pessoa de confiança do prefeito Airton Artus, de quem é primo, deve assumir a secretaria da Cultura, Esporte e Lazer, de onde Cleiva Heck se licenciou para concorrer a vereadora. Henrique Maciel da Silva assume como adjunto na Cultura. O prefeito se mostrava indeciso ontem e não autorizou a informação oficial, certamente receoso de alguma repercussão negativa, pois a nomeação será entendida também ou principalmente como uma forma de oferecer uma melhor remuneração para um parente como secretário. Como diria um vereador do passado, politicamente ‘é uma faca de dois legumesÂ’.

A presidente Dilma, seguindo a receita de Lula, disse no anordeste, onde se diz coisas que não são repetidas no resto do Brasil, que não se mede o tamanho de uma nação pelo tamanho do seu PIB, mas pelos investimentos em educação enas crianças. Importante que Dilma tenha esta consciência, pois a educação foi a saída para todas as grande nações. Só que sem PIB (dinheiro) não se faz educação também.Como questionou Heitor Müller, presidente da Fiergs nesta semana, porque só crescem os municípios onde tem indústrias? Porque geram empregos e renda. é preciso que os governos aproveitem melhor o dinheiro que recebem e aplicar mais educação. Só o que sai pelo ralo da corrupção em Brasília faria do Brasil um pais dos que mais investem em educação no planeta. Fechem as torneiras da corrupção e muita coisa se resolve.