Hoje, 7 de janeiro, comemora-se o dia do leitor. Ler é um hábito incrível, que trás consigo inúmeras possibilidades. Todos os momentos da minha vida, dos felizes aos tristes, estive acompanhada de livros que me ajudaram a continuar feliz ou a esquecer os problemas. 

Mario Quintana constatou “O verdadeiro analfabeto é aquele que sabe ler, mas não lê”, e só os apaixonados pelo cheiro de um livro novo, que sentem a alegria de uma capa dura e somam horas não dormidas para terminar mais de 500 páginas vão concordar sem pensar duas vezes.

é por isso, que, para você leitor, separei uma lista com sete livros. Não é uma lista culta ou clássica, nem a indicação dos melhores livros do ano ou dos mais vendidos ultimamente. Ao contrário, é uma lista simples, de gêneros bem diferentes, mas que podem contribuir para o seu dia e, também, para a sua vida. A lista é indicada para dias chuvosos de tédio, uma leitura descontraída depois de um longo dia de trabalho ou para quem faz longos meses que não lê nada para puro entretenimento.

O Segredo de Emma Corigan 

Com humor e muito charme, a escritora nos apresenta a Emma, uma inglesa perto dos 30 anos, mas longe de uma definição na vida. Na memória ela guarda situações ultraconfidenciais: como perdeu a virgindade, o que pensa sobre o namorado, as peças que prega nos colegas de escritório, seu peso real. é um livro leve e diverto, com leitura fácil e que vai te deixar bem descontraído. Ao longo do livro e das revelações feitas por Emma, é possível se identificar com a personagem e perceber que, nem sempre, falamos o que queremos.

 

As Crônicas de Gelo e Fogo

Em as Crônicas de Gelo e Fogo temos um mundo tão rico quanto o nosso e com personagens complexos que contam a história de uma Terra banhada em sangue, política e paixão.Dragões, famílias destruídas e erguidas por conspiração, magia e lendas, o mundo que George R.R Martin constrói é fantástico e irá lhe proporcionar muitos dias de questionamentos. No Brasil já foram lançados 5 livros da série que se iniciou em 1996 e só agora ganhou o amor do público. A HBO também produz uma série televisiva baseada na obra, que você pode acompanhar enquanto segue sua leitura.

Divã

Divã conta a história de Mercedes – uma mulher com mais de 40, casada, filhos – que resolve fazer análise. O que começa como uma simples brincadeira acaba por se transformar num ato de libertação; poético, divertido, devastador. Assim como o primeiro livro da lista, esse também é leve e divertido. Porém, ao ler os relatos de Mercedes é impossível não começar a fazer uma análise própria e se questionar sobre ações, ideias, planos e sonhos que, com o tempo, foram ficando de lado. Divã também virou filme e é uma ótima opção depois que a leitura acabar.

O Colecionador

Primeiro livro de John Fowles, escrito em 1963, o romance narra a história de Frederick Clegg, um funcionário público que coleciona borboletas e, subitamente, se torna dono de uma fortuna. Ele então passa a ter uma ambição: sequestrar a bela Miranda, seu amor platônico.

A trama se desenvolve com a disformidade da personalidade de Clegg, que tem a seu favor apenas a superioridade de força, contra a vitalidade e inteligência de Miranda que, contando com seu caráter exemplar, confunde e ofusca o medíocre sequestrador. Não vou negar: demorei e muito para terminar o livro. é uma leitura mais complexa, talvez pelo livro ser mais antigo, mas que vale a pena. Demorei para terminá-lo, mas o desfecho da história é surpreendente e compensa o fato de ser ‘morno’ no início.

Tudo aquilo que nunca foi dito

‘Em tudo aquilo que nunca foi dito’, Marc Levy aborda a relação conflituosa entre um pai e uma filha. Poucos dias antes do seu casamento, Julia recebe um telefonema do secretário de seu pai. Como ela já tinha previsto, Anthony Walsh não poderá comparecer à cerimônia. A ausência de seu pai em momentos importantes de sua vida da filha não é novidade para Julia. Mas pela primeira vez, a personagem tem que reconhecer que ele tem uma boa desculpa: Anthony Walsh morreu. 

A ironia amarga da situação, faz aquela parecer mais uma das peças pregadas pelo destino na difícil relação entre os dois. Mas, no dia seguinte ao funeral, ela descobre, na forma de um enorme pacote deixado na porta de sua casa, que aquela não tinha sido a última surpresa de seu pai. Livro incrível e história emocionante. Para quem teve ou tem algum dilema familiar, vai compreender e se ver em muitas partes do livro. No início o livro parece meio chato, mas ao decorrer das páginas a história ganha vida e nos prende até o fim.

Fahrenheit 451

A obra de Bradbury descreve um governo totalitário, num futuro incerto mas próximo, que proíbe qualquer livro ou tipo de leitura, prevendo que o povo possa ficar instruído e se rebelar. Tudo é controlado e as pessoas só têm conhecimento dos fatos por aparelhos de TVs instaladas em suas casas ou em praças ao ar livre. O livro conta a história de Guy Montag, que no início tem prazer com sua profissão de bombeiro, cuja função nessa sociedade imune a incêndios é queimar livros e tudo que diga respeito à leitura.

Quando Montag conhece Clarisse McClellan, uma menina de dezesseis anos que reflete sobre o mundo à sua volta e que o instiga a fazer o mesmo, ele percebe o quanto tem sido infeliz no seu relacionamento com a esposa, Mildred. Ele passa a se sentir incomodado com sua profissão e descontente com a autoridade e com os cidadãos. A partir daí, o protagonista tenta mudar a sociedade e encontrar sua felicidade. O livro é mais antigo, mas, ainda assim, se faz atual. Com uma leitura que flui, é inegável os questionamentos que surgem sobre o mundo em que vivemos e no que ele pode vir a se tornar. 

Orgulho e Preconceito

E para finalizar a lista, um clássico já conhecido. Na Inglaterra do final do século XVIII, as possibilidades de ascensão social eram limitadas para uma mulher sem dote. Elizabeth Bennet, de vinte anos, uma das cinco filhas de um espirituoso, mas imprudente senhor, no entanto, é um novo tipo de heroína, que não precisará de estereótipos femininos para conquistar o nobre Fitzwilliam Darcy e defender suas posições com perfeita lucidez de uma filósofa liberal da província. Lizzy é uma espécie de Cinderela esclarecida, iluminista, protofeminista.

Neste livro, Jane Austen faz também uma crítica à futilidade das mulheres na voz dessa admirável heroína, que é recompensada, ao final, com uma felicidade que não lhe parecia possível na classe em que nasceu. Jane Austen é conhecida por seus livros incríveis e esse, com certeza, está na lista. ‘Orgulho e Preconceito’ é um clássico, mundialmente conhecido e super recomendado. Vale a pena perder algumas horas do dia e conhecer o mundo através dos olhos da personagem principal. Ah, a obra também virou um belíssimo filme. 

Feliz dia do leitor!