Uma das principais vantagens de completar 18 anos é, sem dúvidas, a possibilidade de conquistar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Dirigir abre portas profissionais, além de oferecer a liberdade de ir e vir, sem depender da carona da família ou dos amigos.
Mas antes de sair por aí comemorando, é necessário passar por um processo de aulas teóricas e práticas e, o momento mais tenso, a prova de avaliação. É nessa parte que as pernas tremem, o coração acelera, a visão embassa, e o ar falta nos pulmões.
Embora medo, ansiedade e nervosismo sejam normais em situações como essa, em casos exagerados, atrapalham o candidato e levam à reprovação. É para falar sobre esses sentimentos, que o Na Pilha! traz a edição desta terça.
Por meio de relatos de quem ‘suou’ muito para passar na prova, assim como de profissionais na área, a intenção é ajudar todos aqueles que estão, ou ainda vão passar por essa fase.
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Quando o nervosismo é o pior inimigo
Jhuana Fernanda Rojas, 20 anos, não entrega quantas vezes fez a prova para conquistar a habilitação, mas garante que foram ‘algumas’.
O nervosismo (sempre ele!), é citado como o principal inimigo, sentimento que fez a jovem apagar o carro, derrubar baliza, buzinar sem querer e até chorar durante o percurso da prova.
Incentivada pela família para não desistir, Jhuana, hoje, se considera uma boa motorista. “Adoro dirigir por aí”, destaca.
Ela cita também a relevância do papel que o instrutor da autoescola pode ter no processo de aprendizado de um novo motorista. “Eles são muito importantes, por passar toda a sabedoria e experiência para os novatos, além de sempre tentarem passar calma e segurança, tendo a paciência necessária com cada um que por eles passam”, comenta a jovem.
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Quando a persistência faz toda a diferença
Tamara Luisa Wermuth, 25 anos, é técnica em enfermagem e estudante de Estética e Cosmética na Unisc. Em seu ‘percurso’ até chegar a tão sonhada aprovação da carteira de habilitação, foram seis tentativas, nas quais a jovem precisou superar seus medos e anseios para realizar a prova.
A parte mais temida por Tamara sempre foi a baliza, e o que realmente a atrapalhava era o seu nervosismo. Assim, esquecer o pisca, freio de mão puxado, ou não ligar os faróis, foram alguns dos pequenos erros que ocorreram com a jovem. Eles passaram despercebidos aos olhos da motorista, mas não do instrutor que estava ali para lhe avaliar.
Apesar da tristeza e insegurança baterem em alguns momentos, Tamara afirma que nunca pensou em desistir, mas sim, em vencer seus medos, focar na prova e controlar o seu nervosismo.
E foi com muita persistência que ela garantiu sua carteira de habilitação na sexta vez em que realizava a prova.
Hoje, a jovem se considera uma ótima motorista, atenta e muito cuidadosa. Uma dica importante que ela dá para quem vai realizar a prova, é que além de contar um pouco com a sorte, sempre se tente manter calmo, pensar positivo e ter fé.
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Relato pilhado: por Luana Andrade
Se eu fosse definir a minha experiência com a 1ª habilitação em apenas uma palavra seria, sem titubear, ‘traumática’. Até hoje, quando vejo alguém em um carro de autoescola, juntamente com alguém que parece ser um examinador, sinto uma ~coisa~ estranha.
Passei na terceira tentativa e, nas duas vezes em que não fui aprovada, perdi para o meu medo. Eu sabia dirigir? Claro. Sempre ouvia elogios dos instrutores pelo bom andamento na via e a segurança na baliza. Meu problema, no entanto, era apagar na subidinha (quem nunca, né?).
Nos dias de exame, cometia todos os erros até então improváveis. Rodei as duas vezes na baliza. Mas logo na baliza que eu ia bem? E a subida que era a vilã da história? Eu nem cheguei lá.
Em uma das vezes, apaguei o carro durante a entrada na baliza. Fiquei tão nervosa que esqueci se estava entrando ou saindo. As pernas tremiam tanto que apaguei pela segunda vez e, claro, excedi os pontos.
No dia em que finalmente consegui passar pela baliza e estacionar na frente dela para a entrada do examinador e o percurso na via, pedi, encarecidamente: ‘moço, eu posso esticar as pernas um pouco antes de seguirmos? É que nunca cheguei até aqui’. Autorizada pelo examinador, fiquei alguns segundos em silêncio imaginando a subida. Ao terminar meus segundos de introspecção, arrisquei: ‘podemos seguir, mas, por favor, converse comigo durante o percurso, senão terei um ataque cardíaco’. E conversamos.
Seguimos pela via, dobramos ruas, fizemos duas paradas em subidas (com maestria) e chegamos ao final com dois pontos perdidos em razão de um pisca. Descemos do carro e meu coração batia mais forte do que bateria de escola de samba. Estava habilitada.
Habilitação em mãos, independência e muita coragem para dirigir? Bem… deixa isso para um outro relato pilhado!