Ufa! A ansiedade de concluir o vestibular e obter um rendimento satisfatório em todas as disciplinas já passou, e agora é só curtir as férias. #soquenao. Assim que o resultado final foi divulgado, você sentiu um ‘friozinho’ na barriga na hora de conferir a lista de aprovados, mas o seu nome não estava lá. Keep calm, você não é o único a enfrentar essa situação.
Este resultado dá a certeza de que é preciso renovar as energias, aperfeiçoar os estudos e iniciar um novo ciclo. Se para os vestibulandos é preciso encarar esta nova fase, quem convive com o ritmo desses estudantes, também precisa se readaptar. Esta rotina se reflete nos amigos e familiares, que muitas vezes, não sabem qual postura tomar diante deste recomeço.
A coordenadora de um curso pré-vestibular, Taciane Weber, salienta que, para auxiliar nesse processo, a média entre cobrança e apoio é fundamental. “A cobrança em excesso prejudica, mas não exigir empenho e dedicação também não é eficaz. Nesse sentido, apoiar o aluno, incentivá-lo a estudar, ouvir suas angústias e cobrar com bom senso, é essencial para que ele consiga êxito na realização das provas dos vestibulares”, afirma a professora.
O apoio familiar é muito importante durante esta etapa. “Os pais são fundamentais nesse momento, mas devemos lembrar que os alunos não serão vestibulandos ‘para sempre’, por isso, entender as limitações, as angústias, as dificuldades, e tentar ajuda é a melhor escolha”, conclui.
Segundo ela, deve haver um consenso entre pais e filhos se a aprovação não for imediata. Taciane acredita que, se o aluno está se dedicando e não atinge o resultado, é interessante procurar ajuda de um psicólogo, que irá identificar o problema que pode estar intervindo na conquista de uma vaga no ensino superior.
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6 coisas que eles querem que você saiba
1. Eu sei que você espera muito que eu passe, mas vou precisar de apoio incondicional até que isso aconteça
A fase de vestibulando é uma das mais complicadas. A fase de vestibulando de Medicina é uma das mais horríveis. Quando meus pais me perguntam como eu estou, ou como estão os estudos, ou ainda, quando saio de algum vestibular e me perguntam como foi, eu vejo que eu não estou sozinha nessa caminhada, e isso me conforta e me alivia. Durante a minha trajetória de vestibulanda, eu fui percebendo que a minha família sofre tanto quanto eu em cada prova que eu realizo. Todos os sentimentos que temos, dia após dia – angústia, medo e até os momentos de felicidade -, eles sentem em dobro.Já fui questionada, diversas vezes, se eu não tinha o desejo de cursar outra coisa, e rápida e prontamente, dizia que não. Nunca entendia o porquê dessas perguntas, mas aos poucos fui vendo que essa trajetória também é árdua para eles. O apoio incondicional da família é, simplesmente, fundamental. Por mais que seja difícil para eles, saber que tem alguém torcendo e confiando em mim, ajuda muito nesses momentos.
Nome: Luana Heck Idade: 20 anos
2. Me aconselhar a tomar água de melissa antes da prova talvez não seja o que eu mais preciso
Nós, vestibulandos, nos cobramos muito o ano inteiro, sem contar a pressão dos pais e das pessoas. Por isso, antes da prova, sempre bate aquele nervosismo. Então, na semana do vestibular, o ideal a fazer é relaxar a mente, fazer o que gosta e esquecer aquele conteúdo que você não conseguiu entender (porque isso só vai te atrapalhar), e dar uma revisada naqueles assuntos que pode surgir alguma dúvida. Antes da prova, a mente precisa estar descansada, e não vai ser uma água de melissa que vai mudar tudo, e sim, o modo com que você se preparou para esse dia.
Nome: Eduarda LazzarettiIdade: 17 anos
3. Me comparar com geniozinhos de 15 anos que passam em cinco universidades não me fará um geniozinho
Sério! Parem! Não existe pior coisa no mundo dos vestibulandos do que a comparação excessiva que beira entre nós. Dizer que fulano passou em cinco universidades e que ciclano conseguiu com um ano de cursinho a tão esperada vaga, não vai fazer com que nosso nome apareça no listão. Muito pelo contrário! Apenas gerará milhares de dúvidas em nossas cabeças e questionamentos sobre nosso próprio potencial, fazendo com que os próprios vestibulandos comparem-se entre si, o que de maneira alguma é saudável.Cada um tem seu próprio rendimento e próprio tempo. Quando chegar a hora, você passará na universidade e curso de seu sonho, e vai olhar pra trás e ver que foi você e as pessoas que te amam que fizeram você chegar lá. Então, sem essa de ficar achando que todo mundo é um Einstein aos 15 anos. Tudo tem seu tempo, sua hora e seu lugar, e quando tudo isso estiver em perfeita harmonia com você mesmo, aí sim, você pode procurar a tinta e encomendar sua faixa!
Nome: Brenda DockhornIdade: 20 anos
4. Perguntar sobre meus resultados não vai fazer com que eu acerte mais questões
Lidar com a pressão dos pais e dos amigos não é fácil para os vestibulandos. Muitas vezes temos que responder perguntas sobre o resultado da prova e quantas questões acertamos, perguntas que não são feitas para causar desconforto, mas que acabam aumentando o nosso nervosismo. Preocupação não é sinônimo de cobrança, é muito bom ver os amigos e familiares preocupados se estamos bem, como estão os estudos, mas o mais importante na hora de fazer um vestibular, é como tu vai estar no dia. Com cobrança excessiva, seja dos amigos ou da família, é impossível fazer uma prova com tranquilidade e sem nervosismo, o que acaba, na maioria das vezes, influenciando nos resultados.
Nome: Laís Almeida Kist Idade: 18 anos
5. Me chamar todos os dias para o barzinho – ou nunca me chamar –, não vai me ajudar a relaxar
Quando se está prestando vestibular para um curso concorrido, é normal ter que abrir mão das saídas com os familiares e com os amigos. Muitas vezes optei por ficar em casa e estudar, ao contrário de sair e me divertir (convites não faltaram). No entanto, sempre tive em mente que o equilíbrio é essencial para o êxito. Assim, é estando com as pessoas que gosto, que achei um apoio para seguir lutando e para manter o foco no estudos, mesmo quando isso significava algumas horas sem estar com a cara colada nos livros.
Nome: Eduarda MontenegroIdade: 19 anos
6. Um dia eu vou passar no vestibular, e então teremos muitos outros desafios para enfrentar juntos
O vestibular é uma fase difícil e complicada, principalmente para Medicina, entretanto, esse é apenas um dos desafios que estão por vir. Passar essa fase, sem apoio da família, é inimaginável; eles nos dão a base, o suporte e toda força para ir atrás do objetivo. Os próximos desafios estão sempre na cabeça. Se for preciso saber lidar com a distância, a saudade diária, a ajuda, mas tudo vai dar certo, e com certeza enfrentaremos isso juntos.
Nome: Jhuana Rojas Idade: 21 anos
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Aprovação depois de dois anos de estudos em tempo integral
Ainda comemorando a recente aprovação para o curso de Medicina, Adriana Büchner conta que sua jornada pré-vestibular teve duração de dois anos. Frequentando um curso em tempo integral, ela dividia seu tempo entre as aulas, a revisão do conteúdo, e as listas de exercícios a serem realizados nos fins de semana. “A rotina de estudos era bem intensa e exaustiva”, recorda.
Tantos conteúdos a serem assimilados, fizeram com que a adolescente precisasse abrir mão de muitas festas e encontros com a família e amigos. Adriana diz que o início desse processo é mais complicado, mas saber que isso é normal e vai acontecer com qualquer vestibulando, ajuda a focar nos estudos.
Apesar de já conseguir aprovações no primeiro ano em que prestou vestibular e realizou o Enem, a jovem se dedicou por mais doze meses até obter a vaga na instituição que almejava. Durante essa trajetória, contou com colegas do cursinho para partilhar experiências e diminuir a pressão. “Ter amigos de verdade, que te animam todos os dias e te divertem em meio a todo nervosismo das provas, foi fundamental para lidar com isso, porque torna toda essa jornada muito mais leve”, conta. Adriana lembra, também, que saber sobre o apoio total da família para alcançar seu sonho, sempre a deixou mais calma.