Histórias em quadrinhos para todos os gostos! É isso que diz o sociólogo e professor da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), Iuri Azeredo, que explica que, além dos diversos estilos característicos de cada quadrinista, existe uma enorme segmentação e formatos de apresentação.
Assim como há livros para todas as idades, interesses e capacidade de leitura, há, da mesma forma, HQ’s para um público amplo e diverso. Existem as ‘revistinhas’ como Mônica e Pato Donald, e há também as graphic novels (novelas gráficas), que são de uma sofisticação artística e complexidade filosófica muito grande.
Algumas delas já foram adaptadas, inclusive, para o cinema e séries de televisão, como ‘Azul é a Cor Mais Quente’ e ‘The Walking Dead’.
Segundo Iuri, o quadrinista, pode-se dizer que é até mais que um escritor, precisa de uma habilidade narrativa bastante grande – já que ele/a trabalha com a imagem, o desenho em si (perspectivas, ângulos, gestos, expressões faciais e muitos outros elementos), e com o texto, as palavras (diálogos, textos complementares às imagens, pensamentos etc.).
Em muitos casos, uma história ou série em HQ é feito por múltiplas mãos – uma equipe de desenhistas, roteiristas, redatores, coloristas, arte-finalistas etc.
No Brasil, as HQ’s mais populares continuam sendo as “revistinhas” dos estúdios Mauricio de Souza e Disney. Histórias envolvendo personagens como Mônica, Cebolinha, Cascão e Magali fazem parte do imaginário de muita gente, assim como Pato Donald, Minnie, Mickey, Tio Patinhas, Pateta etc.
Também dá para arrolar as “HQs de super-heróis”, como Batman, Homem Aranha, Mulher Maravilha e tantos outros. “O mundo das HQs vai bem mais longe e existem histórias e personagens fantásticos, com um nível de elaboração intelectual no mesmo patamar que os das obras de escritores como Machado de Assis e Fiódor Dostoiévski, comenta Iuri.
Atualmente, o interesse por quadrinhos se fortaleceu justamente pelas inúmeras adaptações para filmes, séries e animações, demonstrando o quanto as histórias tem um potencial artístico e de entretenimento que atinge uma massa enorme de pessoas. Também a internet e suas redes sociais possibilitaram o acesso a muitas informação sobre HQs, além de servirem de plataforma para a publicação de trabalhos até por autores e equipes de quadrinistas que dispõem de poucos recursos financeiros.