Para quem gosta de história policial, misturado com jornalismo investigativo, esse livro é leitura obrigatória. O livro relata histórias que ocorreram entre o final de 1986 e meados de 1989. Uma onda de misteriosos e brutais assassinatos de homossexuais masculinos, chamou a atenção da mídia. O principal suspeito, o ‘michê’ (palavra da época para classificar um prostituto ou gigolô), Fortunato Botton Neto, foi preso em agosto de 1989 e confessou ser um matador de homossexuais.
Em encontros com jornalistas, os delegados encarregados das investigações atribuíram a Botton a autoria de 13 homicídios. O jornalista Roldão Arruda, reconstituiu cada um dos crimes atribuídos a Botton.
Com uma narrativa rica em detalhes, que descreve a vida dos personagens antes e após conhecerem o assassino, o livro prende do início ao fim. O jornalista, procura nos papéis escritos pelos policiais e investigadores da época, nos processos judiciais, além de depoimento de pessoas que tiveram algum envolvimento com o suposto assassino, para, então, dar a sua opinião.
Indo na contramão do que os policiais e investigadores fielmente acreditavam, Roldão Arruda aponta falhas no processo de investigação e, também, indícios de preconceito daqueles que tinham o dever de esclarecer tudo.
O livro ‘Dias de Ira’ é referência em investigação de fatos, ao tratar sobre um assunto que até hoje é tema de preconceitos, a homossexualidade, e é dica garantida para quem quer saber um pouco mais sobre o Brasil e suas histórias pouco lembradas.