Girls Who Rock

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Seria super clichê a gente dizer que as garotas estão conquistando espaços que antes eram destinados apenas aos meninos, não é mesmo? Mas por incrível que pareça, precisamos, e muito, falar sobre isso!

Você sabia que apenas 30% dos formandos em cursos de engenharia são mulheres? E que nas chamadas ciências duras, como ciências de computação e matemática, 75% dos autores de trabalhos acadêmicos são homens?

É por isso que precisamos mostrar que garotas podem, sim, se sujar, ser curiosas, e que, sem sombra de dúvidas, são muito boas com números. Mais do que isso, mostrar quem são as meninas que já venceram barreiras, e se convenceram de que não há limites para a aptidão e talentos femininos. 

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Destaque no curso de Eletricidade

Com 15 anos, Caroline Dornelles já vem se destacando entre os alunos do curso de Eletricidade do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) Frederico Closs. Atualmente, ela está no segundo módulo, faltando apenas mais um para a conclusão de sua formação.

Foto: Divulgação / Régis FabrisCaroline Dornelles está cursando o segundo módulo do curso de Eletricidade no Senai.
Caroline Dornelles está cursando o segundo módulo do curso de Eletricidade no Senai.

Incentivada pelo seu pai e com a ideia de escolher algo diferente para aprender e desenvolver, ela optou por fazer o curso de Eletricidade. Caroline, inclusive, brinca dizendo que as meninas estão tomando conta das salas de aula do Senai.

“Na minha turma, atualmente, tem três meninas além de mim, e eu acho isso muito legal”.

No relacionamento em sala de aula, ela diz que os meninos a tratam muito bem, e que quando se tem atividades em grupo, tudo flui de uma maneira muito natural. Ela também vê isso como um ponto positivo, pois desde cedo os homens aprendem a conviver com as mulheres no mesmo ambiente de trabalho, mesmo em profissões ainda não tão usuais para o público feminino.

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Contraste entre escola e mercado de trabalho

Thais Schuster tem 18 anos e está no quarto ano do curso de Refrigeração (ensino médio integrado), no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-Rio-Grandense (IFSul), campus Venâncio Aires. Ela relata que escolheu o curso, pois sabia que na cidade há a existência de empresas nesta mesma área, e também por ser um curso diferente e que poucas meninas fazem.

Foto: Divulgação / Régis FabrisThais dá a dica para as meninas que pensam em cursar
Thais dá a dica para as meninas que pensam em cursar ‘Refrigeração’: “é maravilhoso e vale muito a pena!”

Nas questões de aprendizado e trabalho, Thaís diz que não existe ‘aquele papo’ de que os meninos fazem algumas coisas melhor, bem pelo contrário, os professores do curso a puxam bastante e em nenhum momento as garotas são deixadas para trás.

Ainda assim, as dificuldades chegaram no momento do estágio obrigatório previsto pelo curso. Thais conta que foi difícil conseguir estagiar em uma empresa no município, em função de ainda existir um pré-conceito com mulheres exercendo funções técnicas na área de refrigeração. Nos ‘quarenta e cinco do segundo tempo’, ela conseguiu estagiar em uma empresa mais nova na cidade e que encarava aquela realidade com bons olhos, mas infelizmente, algumas de suas colegas tiveram que estágiar dentro do próprio campus.

“Bem diferente por parte dos meninos, que tinham uma facilidade maior na hora de encontrar uma empresa para o estágio”, comenta.

Em uma turma de 22 alunos, nove são meninas e todos concluem o curso de Refrigeração neste ano. Apesar da jovem querer atuar na área da Saúde profissionalmente, o curso de Refrigeração e todo o conhecimento que o envolve, agregaram de forma muito positiva em sua vida.

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Fala aí, professor!

Lucas Walter, professor de Mecânica de Usinagem no Senai, lembra que já no ano de 2011, notava-se uma presença bastante significativa das meninas no curso. Um dado interessante, aliás, é que dos dezoito alunos que iniciaram o curso naquele ano, dez o finalizaram, entre eles seis meninas e quatro meninos.

Foto: Divulgação / Régis FabrisLucas Walter é professor na escola Senai de Venâncio Aires
Lucas Walter é professor na escola Senai de Venâncio Aires

Desde então, segundo o docente, sempre se tem uma participação feminina entre 20% e 30% nas turmas. Lucas ressalta que apesar de existir ainda um pré-conceito com a área da mecânica, por ser a parte mais ‘suja’ das profissões, as diferenças entre a atuação de garotas e garotos vêm diminuindo.

“Trabalha-se em setores limpos, organizados e com identificação, fatos que no decorrer do curso, até surpreende algumas meninas”, comenta.

Questionado sobre o porquê das alunas estarem se descatando em um meio de trabalho que antes, em grande parte era ocupado apenas pelo sexo masculino, o professor relata: “ As meninas são mais organizadas, mais preocupadas com as tarefas, demonstram mais interesse e são mais detalhistas em sua grande maioria”.

    

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