No primeiro momento surge aquela timidez e ansiedade ao saber que será necessário ‘enfrentar’ a ginecologista pela primeira vez, porém, este contato não é nenhum ‘bicho de sete cabeças’. A consulta médica pode ser bem produtiva. Durante uma conversa informal, é possível tirar dúvidas, conhecer os métodos contraceptivos e dar início ao processo de prevenção de algumas doenças, entre elas, o câncer de mama e o de colo do útero.
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Geralmente o primeiro contato com a médica ginecologista surge assim que inicia o ciclo menstrual. De acordo com a médica ginecologista Adriana Martins, os pais estão mais preocupados, e a maioria mantém uma conversa aberta com os filhos.“A sexualidade dos adolescentes está cada vez mais aflorada devido às alterações hormonais e estilo de vida”, salienta a médica.
A prevenção de doenças também é importante deste o primeiro momento, principalmente quando há casos de parente de primeiro grau que já tenha desenvolvido câncer de mama ou de colo de útero, porém este não é o fator predominante. “A parte genética não é tão definitiva, os hábitos de vida e os fatores em que as pessoas estão expostas também têm uma forte ligação com o surgimento do câncer”, considera. Segundo ela, se há casos na família não significa que a pessoa vai gerar o gene. “A obesidade e alimentação irregular aumentam a incidência da doença, e a prática de exercícios físicos regulares podem reduzir as chances”, salienta Adriana.
Com que idade começa o ciclo menstrual?
De acordo com a ginecologista, o período varia dos 9 aos 15 anos, de acordo com cada organismo. Já que a sexualidade dos jovens está mais precoce, a incidência é maior na faixa dos 12 e 13 anos.
Com que idade o câncer de mama pode se manifestar?
O surgimento da doença pode atingir qualquer faixa etária, mas durante a adolescência é mais incomum, embora não seja impossível. “É indicado que os exames de mamografia sejam realizados a partir dos 40 anos, pois a doença é mais frequente neste grupo, porém não se descarta a possibilidade de que os mais jovens possam ser acometidas com este tipo de doença”, afirma a ginecologista.
Como fazer o autoexame?
O autoexame das mamas é o primeiro passo para conhecer o próprio corpo, prevenir o desenvolvimento e detectar precocemente a doença. O autoconhecimento das mamas favorece a percepção de qualquer alteração, por isso é importante começar com este procedimento desde os 20 anos. Segundo a ginecologista, o autoexame não previne, mas faz um rastreio. “É indicado fazer este procedimento uma vez ao mês, geralmente após o período menstrual, e pode ser realizado durante o banho ou deitada, com a mão contra a lateral do peito para a autodescoberta do corpo e verificação de alguma anormalidade”, considera.
Instruções para o autoexame
Em frente ao espelho
Posicione-se em frente ao espelho;Observe os dois seios, primeiramente com os braços caídos;Coloque as mãos na cintura fazendo força;Coloque-as atrás da cabeça e observe o tamanho, posição e forma do mamilo;Pressione levemente o mamilo e veja se há saída de secreção.
Em pé (pode ser durante o banho)
Levante seu braço esquerdo e apoie-o sobre a cabeça;Com a mão direita esticada, examine a mama esquerda;Divida o seio em faixas e analise devagar cada uma dessas faixas. Use a polpa dos dedos e não as pontas ou unhas;Sinta a mama;Faça movimentos circulares, de cima para baixo;Repita os movimentos na outra mama.
Deitada
Coloque uma toalha dobrada sob o ombro direito para examinar a mama direita;Sinta a mama com movimentos circulares, fazendo uma leve pressão;Apalpe a metade externa da mama (é mais consistente);Depois apalpe as axilas;Inverta o procedimento para a mama esquerda.