Quando falamos em viagem de estudos, logo pensamos que algo novo nos espera. Descobrir alguma coisa que ainda não sabemos, abrir nossa mente para novas informações. Ir, mas voltar diferente do que fomos. Para Luana Schonarth, professora de Língua Portuguesa e Produção Textual do Colégio Gaspar Silveira Martins, é desmotivador quando não se sai do espaço físico da escola. “Trabalhamos o conhecimento aqui dentro, mas é fora que colocamos ele em prática, tem tanta coisa lá fora para contribuir de forma positiva”, comenta.
No ano de 2016, por exemplo, a professora Luana trabalhou gêneros textuais com os estudantes do sétimo ano, desafiando-os a criarem um jornal na disciplina. Como início do processo, os alunos visitaram as dependencias do Jornal Folha do Mate, de onde já sairam com uma visão mais ampla sobre o que é o jornal em si e tudo que acontece até ele chegar pronto nas casas dos leitores. “Esse aprendizado só foi possível através do passeio”, comenta a professora.
Dando continuidade ao trabalho, surgiu a dúvida do que retratar nas páginas do impresso. Como conteúdo para o jornal, os alunos sugeriram conhecer pontos turisticos de Venâncio Aires. A Figueira Centenária e a Cascata Chuveirão estiveram entre os locais visitados.
Durante o percurso pelo interior, a turma foi parando em pontos que consideravam estratégicos e onde enchergavam que histórias poderiam ser contadas. “Fizeram fotos, conversaram com moradores das localidades, se empoderaram da oportunidade que lhes foi dada e exploraram da melhor forma possível o passeio, conhecimento aliado a diversão. Voltaram com muito conteúdo para produzir o jornal. O resultado do trabalho foi extremamente positivo e satisfatório, o impresso foi distríbuido em um evento para a família, pelos próprios estudantes”.
Em outra oportunidade, ao trabalhar o gênero peça teatral com o nono ano do colégio, Macbeth, de Shakespeare, foi o escolhido pela professora Luana. Com uma feliz coincidência esta mesma peça foi reproduzida na cidade de Lajeado, quando os alunos e a professora se organizaram para ir assistir, tendo toda uma visão artística diferente, ainda com a possibilidade de interagir com o teatro e os atores da peça. “É como se tudo que tivessem lido nos textos e aprendido na sala de aula, ganhasse vida, fazendo ainda mais sentido”.
A Larissa e o Guilherme ainda comentaram um pouco sobre as saídas de campo:
Integrante da turma, Larissa Bencke Fengler, 13 anos, comenta que para ela a experiência com os passeios de estudo contribuiu muito para o conteúdo de aula, pois tudo que puderam vivenciar, foi explorado no jornal que fizeram. “Já conhecia alguns pontos turísticos, mas não todos. Fomos na Figueira Centenária, fizemos um piquenique na praça, Cascata Chuveirão, e durante o passeio fomos parando em alguns lugares pelo interior. Foi divertido, conhecemos muitas coisas” relata. Para a menina que mora no interior, em Linha Arroio Grande, foi uma oportunidade de conhecer um pouco mais da cidade. Ela cita, ainda, como um fato engraçado, que a grande maioria dos seus colegas moram no centro, e para eles a experiência foi algo realmente novo.
Guilherme Labres, 16 anos, e estudante do 9º ano, ressalta que através da ida ao teatro puderam ver de perto tudo que a peça contava no texto estudado em aula. “É algo especial, que agrega ao conhecimento, não ficando somente no papel e restrito a sala de aula”. Na ida ao teatro tiveram a oportunidade de interagir com os atores, descobrindo um pouco do universo da interpretação. Guilherme ainda comenta que os professores promovem muitas viagens e até saídas dentro do próprio munícipio. Todos os anos é uma programação especifica para cada turma, deixando os alunos sempre na expectativa.