Vida de soldado

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Desde 1906, o alistamento militar é um ato obrigatório a todo brasileiro nato, do sexo masculino, que completa 18 anos. Nessa idade, os garotos precisam apresentar-se à Junta de Serviço Militar, e após, passar por seleção geral.

Nessa etapa, boa parte dos inscritos é dispensada por excesso de contingente e tornam-se automaticamente parte da reserva das Forças Armadas nacionais, recebendo o Certificado de Dispensa. Outros, no entanto, são incorporados, e passam pela experiência de aproximadamente um ano de treinamentos e outras atividades. É sobre essa turma, e especificamente sobre quem serve ao Exército, que o Na Pilha! de hoje irá falar. Vem com a gente?

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Fala aí, tenente! 

Foto: Arquivo Pessoal / Divulgação 1º Tenente Juvenal Alves Schneider, chefe da Seção de Comunicação Social
1º Tenente Juvenal Alves Schneider, chefe da Seção de Comunicação Socia                            

Com mais de 800 militares – sendo mais de 400 soldados – o 7º Batalhão de Infantaria Blindado, localizado em Santa Cruz do Sul, recebe muitos jovens do município. Com a palavra o 1º Tenente Juvenal Alves Schneider, chefe da Seção de Comunicação Social:

O que os soldados desenvolvem no tempo de quartel?

No período de Instrução Individual Básica, após a incorporação às fileiras do Exército, o soldado recruta recebe instruções de tiro, hierarquia e disciplina, primeiros socorros, orientação carta/terreno com o uso de bússola, transposição de curso d’água, patrulha, entre outros. Após três meses de treinamento, inicia-se o período de Instrução Individual de Qualificação, no qual o soldado se especializa em militar combatente ou qualificado em saúde, material bélico ou comunicações. Ao final, próximo aos meses de outubro e novembro, o soldado é adestrado no combate convencional, vocação de nossa Organização Militar, finalizando sua instrução. Como um soldado contribui com a Pátria?

Os militares que incorporam ao 7º BIB podem contribuir com a Pátria atuando na Garantia da Lei e da Ordem, como atuação na cidade de Porto Alegre durante a Copa do Mundo de 2014, e em 2016 nos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro. Além disso, quando determinado pelo presidente da República, contribuem nas operações que visam controlar a fronteira do Brasil, evitando a entrada de armas, drogas e produtos contrabandeados no país, bem como em ações subsidiárias, como apoio em locais vitimados por catástrofes naturais. Ainda, há as atividades desenvolvidas pela Unidade em 2007 e 2015 no Haiti, com missão de manter o ambiente seguro e estável naquele país amigo, divulgando ao mundo o desempenho e excelente resultado do brasileiro em missões estrangeiras.

Como meninas fazem para participar do exército?

O segmento feminino pode ingressar voluntariamente no Exército como militar de carreira ou temporário. As mulheres estão isentas do Serviço Militar Obrigatório, mas é permitida a prestação do Serviço Militar pelas mulheres que forem voluntárias, além das variadas formas de ingresso previstas, e que podem ser conferidas no site do Exército.

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Oportunidade profissional

Como muitos jovens, ao completar 18 anos, Henrique Francisco da Rosa se candidatou ao serviço militar, e em 2012, passou a servir ao Quartel do Exército de Santa Cruz do Sul. Logo, o jovem percebeu que a experiência seria muito valiosa. Ele conta que, já nos primeiros dias, aprendeu a ser mais disciplinado e atencioso em tudo que fazia. “Tive os meus valores forjados na união, companheirismo e força de vontade”, ressalta.

Foto: Arquivo Pessoal / DivulgaçãoAo completar 18 anos, Henrique Francisco da Rosa se candidatou ao serviço militar, e em 2012, passou a servir ao Quartel do Exército de Santa Cruz do Sul.
Ao completar 18 anos, Henrique Francisco da Rosa se candidatou ao serviço militar, e em 2012, passou a servir ao Quartel do Exército de Santa Cruz do Sul.

No fim do período básico de formação, passou pela entrega da Boina Preta, um momento que Henrique considera muito importante para ele, e também para sua família, que acompanhou de perto toda a trajetória. “Após, tivemos o período de qualificação militar, quando tive a oportunidade de ser formado em um pelotão de fuzileiros blindado. Neste pelotão, tivemos instruções de sobrevivência, rapel, tiro avançado e maneabilidade do grupo de combate”, explica.

Ao fim do ano obrigatório, devido ao seu desempenho, o jovem teve a chance de ficar mais um ano servindo no efetivo profissional do Batalhão, quando participou de vários exercícios de campo e operações reais em várias cidades do estado. Após, foi voluntário para fazer o curso de Formação de Cabos. “Um período de dois meses e duas semanas que nunca mais esquecerei, pois me levou a ver que não há limites quando se está focado em uma missão, ou seja, defender a nação”, destaca. Em agosto de 2013 Henrique concluiu o curso, e em novembro do mesmo ano, teve sua promoção a cabo do efetivo profissional temporário.

Hoje, aos 24 anos, o jovem desempenha no Exército função que envolve logística de material, ou seja, realiza controle e manutenção de todos os materiais empregados nas atividades militares, deixando-os sempre na melhor forma de conservação.

Na opinião de Henrique, o Serviço Militar é muito importante para os jovens, pois é uma oportunidade para aprender e repensar valores pessoais como respeito, hierarquia e disciplina, que são os três pilares do Exército. “Tudo isso para que sejamos pessoas melhores e mais preparadas na vida”, comenta.

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A experiência de quem vive o dia a dia de servir à pátria

Há dez meses vivenciando as experiências de servir ao Exército, Elias Moraes conta a rotina de soldado é bem ‘puxada’. Todos os dias, pela manhã, passa pelo treinamento físico militar, e logo após, faz a parte de manutenção da companhia, até ao meio dia. Há um intervalo para almoço e o expediente retorna à tarde, quando acontecem algumas instruções do meio militar e, novamente, a parte de manutenção da área de faxina, delegada para a companhia. As atividades encerram às 17 horas.

Foto: Arquivo Pessoal / DivulgaçãoElias pretende seguir a carreira militar
Elias pretende seguir a carreira militar

Além disso, o soldado passa pela formação para combate, com duração de três meses, além de instruções sobre operações de garantia da lei e da ordem, quando aprendem desde a abordar um veículo, até controlar uma manifestação. Também existe a possibilidade do soldado fazer o curso de Formação de Cabo.

Elias pretende permanecer os oito anos que são permitidos, e nesse período, passar em algum concurso como a EsSa (de formação de sargentos), para assim, se tornar um militar de careira.

Em seu primeiro ano no Exército, o jovem define esta experiência de vida como algo inexplicável, e diz que só quem já serviu sabe do que está falando. “Aprende-se a dar valor para algumas coisas bem simples, que antes não se valoriza. A disciplina é um dos pilares do Exército, e somos muito cobrados quanto a isso”, completa.

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Tira-dúvidas

– Quando devo me alistar?Nos primeiros seis meses (janeiro a junho) do ano em que completar 18 anos.

– Como faço para me alistar?Acesse o site www.alistamento.eb.mil.br ou compareça a Junta de Serviço Militar de Venâncio Aires.

    

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