Depois de toda a repercussão que a briga do casal Marcos e Emilly teve, ontem o médico foi expulso do reality. Segundo Tiago Leifert, a produção do programa ouviu especialistas, policiais e o público antes de tomar a decisão. Um inquérito foi aberto pela Polícia Civil do Rio de Janeiro e concluiu que houve, sim, agressão.

Foto: Divulgação / Tudo & TodasMarcos é expulso do reality, após confirmar-se agressão á Emilly
Marcos é expulso do reality, após confirmar-se agressão à Emilly

Infelizmente, todos os dias, muitas mulheres são agredidas, e a agressão não se dá apenas fisicamente, um relacionamento quando abusivo, quando o parceiro não respeita o espaço do outro, pode sim, se tornar uma forma de agressão.

A parte boa, se é que ela existe, é que podemos usar este caso ocorrido no BBB17 para discutir questões como tortura psicológica e relacionamento abusivo. Abaixo, listamos sete coisas que você precisa saber sobre ambos:

1. O que é tortura psicológica?

Entende-se por tortura psicológica qualquer tipo de sofrimento mental, seja ele causado por desequilíbrio emocional, que é a raiz do problema, mas também por fatores externos, como ofensas, humilhações, xingamentos, entre outros. Esses fatos podem traumatizar e causar angústia e sofrimento, e em diversos casos, perduram por anos, deixando às vezes, sequelas irreversíveis.

2. O que é relacionamento abusivo?

Relações abusivas são caracterizadas por jogos de controle, violência, ciúmes, abstinência sexual e frieza emocional. é difícil identificar uma pessoa abusiva. Ela costuma ser esperta e pode facilmente fazer com que você pense que não é boa (ou bom) o suficiente, e que tudo o que acontece é por sua culpa.

3. Quais os principais sinais de um relacionamento abusivo?

Ciúmes e possesividade; Controle; Superioridade; Manipulação; Mudanças de humor; Desrespeito.

Foto: Divulgação / Tudo & TodasNo caso de Marcos, a superioridade, mudanças de humor e controle foram características que chamaram atenção
No caso de Marcos, a superioridade, mudanças de humor e controle foram características que chamaram atenção

4. Por que aquela situação de encurralar a Emily na parede é uma agressão?

Porque além de a deixá-la contra a parede, Marcos apresentou um comportamento extremamente agressivo, quando gritava, pressionava e agredia fisicamente a companheira Emilly. Além disso, o contexto do relacionamento, em que Marcos exercia um papel de poder por suas características sociais (era médico, mais velho, e bastante inteligente), também contribuía para intimidar a namorada. Somados, estes comportamentos podem ser configurados como violência psicológica e física contra a mulher.

Olhem só a capa desta terça do jornal Meia Hora… Resolveram desenhar pra ver se todo mundo entende! Tudo isso aí NãO PODE, gente! pic.twitter.com/PkZw5KrEzo

— Hugo Gloss (@HugoGloss) April 11, 20175. O que as mulheres podem fazer se estão em um relacionamento como esse?

Quem ama, muitas vezes não quer enxergar, mas se o pilar da sua relação é a violência, o constrangimento, o sofrimento, algo está errado. é doloroso admitir que a pessoa que você ama pode violentar você, mesmo que forma psicológica. Por isso, precisamos continuar falando sobre isso, discutir, esclarecer e denunciar. E finalmente, romper com o ciclo vicioso de um relacionamento baseado em abusos.

6. Quando um homem abusivo procura ajuda, como funciona esse processo?

Um homem abusivo não muda sem uma terapia de longo prazo. Sessões de aconselhamento em grupo podem ser particularmente boas em ajudar um homem abusivo a reconhecer seu padrão. Drogas e álcool podem criar ou aumentar o abuso em um relacionamento. Os grupos de ajuda mútua como Alcoólicos Anônimos, Narcóticos Anônimos são programas excelentes para um adicto, ou ainda, encontros terapêuticos promovidos junto as Delegacias da Mulher, os quais são elaborados especialmente para homens violentos. Nestes casos, a companheira de um abusador deverá enfrentar um grupo de co-dependência.

7. Quando o medo fala mais alto do que a vontade de denunciar, como agir?

Pense que não está sozinha. Hoje há um grande amparo para as mulheres que denunciam seus agressores, principalmente por parte da Delegacia da Mulher e as leis que a amparam. Alertar a família, os filhos e amigos próximos do que está acontecendo, e pedir ajuda, não é motivo de vergonha, e sim de amor próprio.

Após a repercussão do caso de Emilly e Marcos, muitas mulheres utilizaram a hashtag #EuViviUmRelacionamentoAbusivo para falar sobre casos pelos quais já passaram. Muitos relatos são comoventes, mas o que fica, é o apoio mútuo entre estas mulheres:

Depois da expulsão de Marcos, mulheres relatam histórias de relacionamentos abusivos> #EuViviUmRelacionamentoAbusivo https://t.co/tkcbxNzyqe

— Moments Brasil (@momentsbrasil) 11 de abril de 2017

O mais triste em estar em um relacionamento abusivo é que a gente só percebe quando já não estamos mais nele #EuViviUmRelacionamentoAbusivo

— thae (@palealien0) 11 de abril de 2017

“não interessa q vc não gosta, vc vai onde eu vou”, “você pensa q é quem??”, “eu nunca vou te deixar em paz” #EuViviUmRelacionamentoAbusivo

— camila rá uou camila (@ojosCapitu) 11 de abril de 2017

#EuViviUmRelacionamentoAbusivo eu acreditava que eu era o “fracasso” da relação. Me descobri uma mulher linda e poderosa após separação

— Luiza Oliveira (@mluizamoliveira) 11 de abril de 2017