Um conto de fadas inspirador, uma esperada produção da Walt Disney Studios e Emma Watson como protagonista já poderiam ser motivos suficientes para correr aos cinemas para assistir ‘A Bela e a Fera’, longa que estreou mundialmente na última quinta-feira, 16 de março.
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E quem aproveitou o último fim de semana para conferir essa estreia não se arrependeu, afinal, o ‘conto de fadas tão velho quanto o tempo’ na versão 2017 tem a dose exata de realismo e magia que nos faz sair do cinema simplesmente anestesiados com tanta beleza.
é claro que a Disney é competente o suficiente para produzir um grande filme, e todo o conjunto da obra contribui para que crianças e adultos aprovem a produção, mas alguns pontos, com certeza, se destacam:
Um conto de fadas versão 2017
Com louvor, a Disney soube atualizar este grande clássico do imaginário infantil, e adaptar uma história improvável – afinal, não é sempre que vemos um príncipe ser transformado em fera e preso a um sombrio castelo -, em uma live action muito coerente com o mundo em que vivemos.
Em primeiro lugar, a mocinha Bela não poderia ser mais empoderada. Com o apoio de um pai lúcido e que não segue convenções da época, Bela é incentivada a estudar – ela é a única garota da aldeia que sabe ler -, entende que o mundo pode lhe oferecer mais do que ‘a vida no interior’, e a melhor parte, é enfática ao esquivar-se das investidas do arrogante e egocêntrico Gaston, que deseja tê-la como presa, ops!, esposa.

Vale lembrar que o conto de fadas data de uma época em que a maior ambição de uma moça ‘em idade casadoura’ seria encontrar um marido e criar uma família, sem espaço para estudos, viagens, e até mesmo uma feliz vida solo. Não que Bela não deseje tudo isso, mas a personagem deseja apaixonar-se por alguém que a faça bem e amplie o seu mundo, e não apenas um marido que lhe traga segurança em sua figura masculina.
Por todo esse contexto, aliás, Emma Watson não poderia ser uma Bela melhor!
Já o tão falado personagem gay de A Bela e a Fera, o qual inclusive provocou censura do filme em alguns países, também traz à tona a discussão sobre a diversidade sexual, e o quanto há espaço para uma representação digna para as chamadas minorias.
O personagem LeFou, fiel escudeiro de Gaston, traz um toque doce e inteligente para a trama, e o tema da homossexualidade é trabalhado de forma extremamente sutil. Sim, temos um personagem gay na trama, mas ele está integrado à história de forma coerente e sem alardes, como aliás, deveria ser na ‘vida real’.

Outro acerto da Disney, e que está super de acordo com o mundo inclusivo pelo qual estamos lutando, foi a escalação de atores negros para interpretar vários dos personagens. E prestem atenção na sutileza: eles são atores interpretando personagens. Ponto. A cor da pele não faz parte do enredo, e só chama atenção por quebrar um padrão que ainda estávamos muito acostumados a assistir.

A grande sacada, é justamente incorporar estes temas de forma inclusiva e natural, mostrando para as crianças de 2017, que o mundo, é sim, um lugar para todos, e onde o amor e a liberdade prevalesce sobre as aparências ou as convenções.
A produção é impecável
é claro que essa opinião é embasada somente na impressão passada nas telonas, sem embasamento técnico. Mas basta procurar as críticas que têm surgido ao redor do mundo, para confirmar que A Bela e a Fera é sim uma produção impecável em termos de roteiro, efeitos especiais e trilha sonora.
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A Fera, aliás, é um show à parte. Caso você ainda não saiba, para a produção, o ator Dan Stevens utilizou sensores especiais que captavam todos os seus movimentos e expressões, os quais, posteriormente, foram trabalhados pela equipe de computação gráfica.

O resultado é uma Fera adorável, que rouba o nosso coração, assim como rouba o coração de Bela. Por trás do monstro isolado e raivoso, vamos percebendo o humano gentil que vai surgindo.
Algumas cenas também são estonteantes por sua produção, como o primeiro jantar que Bela recebe no castelo, produzido pelos ‘objetos falantes’. Uma explosão de cores, sons e movimentos, que nos fazem mergulhar naquela canção.

As mensagens poderosas
A Bela e a Fera é repleta de mensagens poderosas, que vão desde a moral original da história – ‘a beleza está além das aparências’ – até uma frase emblemática da mocinha, após ouvir uma declaração de seu raptor: ‘é possível a felicidade sem sem livre?’.
O longa também nos mostra que ‘as pessoas não são más, talvez elas apenas não aprenderam a amar’, e ainda, ‘que nem todas as pessoas merecem o nosso afeto’, caso da amizade entre LeFou e o insensível Gaston.
E ao fim de tudo, claro, a mensagem inteira se resume ao amor: de uma filha por seu pai, entre amigos leais, ou de uma bela, determinada e inteligente garota, que se permite cativar por uma fera escondida em um castelo.
