Me recordo de uma professora da faculdade que dizia que em tempos de entregas da sua dissertação de mestrado, recorreu aos estudos holísticos para aumentar a criatividade, afim de aplicá-la na escrita. Descobriu uma relação entre a água e o processo criativo e começou a tomar banhos com mais frequência, pois observou que a água do chuveiro despertava boas ideias. Questiono agora: quem é que não teve uma boa ideia no banho? Não parece fazer muito sentido? A verdade é que inspiração não é ciência exata, mas a criatividade é genuína do ser humano e é com ela que resolvemos os problemas do dia a dia. Boas ideias, por vezes, podem virar negócios, principalmente quando resolvem uma necessidade comum. Em uma das temporadas frias desse inverno, achei incrível que uma metalúrgica criou a máquina de descascar pinhão à manivela. Parece que foi sucesso… creio eu que principalmente entre usuários de aparelho fixo, contenções e aqueles que não gostam da ‘loteria’ que pode envolver uma porção de pinhão fervido.
Outra que achei muito bacana, é uma máquina tipo de refrigerante, mas que dispensa buquês de flores. A ideia era tornar mais prática a compra de arranjos para presentear, visto que as floriculturas estavam notando a perda do hábito de compra de seus clientes. As máquinas, estrategicamente posicionadas em supermercados, shoppings e estações dos metrôs, garantiam a oportunidade de compra para quem estivesse pelo caminho.
Sou uma defensora, porém, de que a criatividade não pode entrar numa vala comum das ‘ideias para negócios’. A criatividade é uma forma de viver a vida, no dia a dia. De encontrar saídas, de surpreender e se surpreender. Das soluções grandiosas que merecem um prêmio Cannes*, àquelas simples: tipo colocar um grampo plástico no saco de bolachas para elas não murcharem!
Assim como nos preocupamos em manter o corpo saudável, as ideias também precisam estar em exercício. Criatividade é recurso infinito, mas lembra uma engrenagem de metal: em movimento, ela contribui para o sucesso de todo um sistema, mas parada, pode vir a enferrujar. Seja lendo, conversando, observando, criado histórias mentais, praticando esportes ou buscando novos conhecimentos, como a minha professora, o importante é não parar de buscar sua fonte inspiradora de criatividade. Solte as ideias!
*Festival de Criatividade em Cannes, na França, que premia as melhores ideias da publicidade mundial.
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