Há 24 anos fora do Brasil, a venâncio-airense Nelice Wollmann Green, 54, reside, há seis anos, em Basileia, na Suíça. Antes disso, porém, ela morou três anos em Lilongwe, no Malawi, no continente africano, e 15 anos em Winchfield, na Inglaterra, na Europa. “Vim morar neste lado do mundo quando casei com meu marido, Simon, que é britânico”, conta. “Trabalhávamos na mesma empresa; nos conhecemos, noivamos e casamos no Brasil”.

Com uma rotina de viagens, sozinha e ao lado do marido, Nelice conta que, como não tem filhos, também não existe aquela preocupação com agenda, escola e eventos voltados para as crianças. Aliás, suas viagens são o que consomem grande parte de seu dia a dia. “Voltei de Venâncio Aires para a Suíça no final de janeiro; fiquei por alguns dias, depois fui para a Inglaterra, onde fiquei duas semanas”, relata.

No mês de março, como ainda está nevando nos Alpes, Nelice comenta que os planos são de esquiar em Laax, na Suíça, e depois ir rumo à Inglaterra por mais algum tempo.

Foto: Divulgação / Arquivo PessoalDe acordo com Nelice Wollmann Green, os planos para março são de esquiar nos Alpes Suíços
De acordo com Nelice Wollmann Green, os planos para março são de esquiar nos Alpes Suíços

>> SOBRE AS MULHERES NO PAíS

– Como é o acesso à educação para as mulheres?

Mulheres aqui estudam. Aliás, todos estudam muito, falam vários idiomas, leem muito. Todos têm acesso ao nível universitário ou a uma educação profissional.

– Como é o mercado de trabalho para mulheres no país?

No mercado de trabalho, não se diferencia o gênero. Homem e/ou mulher podem ocupar os mesmos cargos/profissões.

– Como as mulheres encaram o casamento no país?

Em termo de casamento, as mulheres casam-se não muito jovens. Pelo que eu vejo e conheço, a mulher prefere ter sua carreira de trabalho primeiro. Namoram, moram junto, ficam noivos e, normalmente nesse dia, marcam o casamento. Casais não ficam noivos por anos e anos!

– Qual é o papel da mulher na família, nos afazeres de casa e criação dos filhos?

O papel da mulher na família ou na casa é praticamente igual ao do homem: os dois trabalham, os dois criam os filhos, os dois cozinham… O casal divide as responsabilidades.

– Você considera que o país enxerga as mulheres com igualdade de oportunidades?

Na Suíça, eu enxergo que a mulher tem igualdade tanto no trabalho como na rotina diária.

– Como é a realidade das mulheres estrangeiras no país?

Como mulher estrangeira, eu acho, hoje, minha realidade muito mais fácil. Falo idiomas, o que ajuda muitíssimo, tenho anos de erros, aprendizado e experiência. O principal desafio de uma mulher ou homem que vêm morar no exterior é ter que aprender quase tudo novamente: idiomas, cultura, comida, saudade, esportes (Rugby, no meu caso). Quilômetros são milhas; metros são jardas; quilogramas são libras; gramas são onças. Mas, como se diz em inglês: “When there is a will there is a way” – Quando se tem vontade, acha-se uma maneira!