Com origens familiares em Linha Isabel, Maria Claudia Pilz Betts tem forte ligação com Venâncio Aires. Mesmo residindo há mais de 40 anos nos Estados Unidos, a filha de Fridolino e Maria Marta Pilz, com frequência recebe visita de parentes e amigos da cidade.
Durante a infância, o pai da então menina lecionava em Linha Monte Alverne. Mais tarde, a família mudou-se para Dois Irmãos, sendo que Maria Claudia só voltou a Venâncio Aires anos mais tarde, em 1965, para trabalhar no Hospital São Sebastião Mártir. “Gostei muito de trabalhar com os pacientes, da época do dr. Clécio, dr. Ruchel, dr. Pedro e dr. Plínio. Não esqueço jamais que o Hospital era administrado pelas freiras, um período lindo e inesquecível”, recorda.

Em 1972, Maria Claudia mudou-se para Porto Alegre, onde passou a trabalhar no Hospital Moinhos de Vento. Cinco anos mais tarde, recebeu um convite que mudou completamente sua vida: trabalhar nos Estados Unidos com um casal de diplomatas.
Mudou-se para a cidade de Maryland, onde conheceu e se casou com o americano Douglas Betts. Além disso, trabalhou durante 34 anos no Condomínio de Idosos (nursing homes). “Era realizada no que fazia”, conta. Entre as dificuldades para a adaptação, cita idioma, costumes, clima, principalmente o frio e a neve, e a distância da família, os quais foram superados com bastante força de vontade, e também com visitas anuais ao Brasil.
Em 2004, Maria Claudia, na companhia de Douglas, mudou-se para a cidade de Orlando, na Flórida, onde reside até hoje. Em 2015, perdeu seu marido após 38 anos de casados. Atualmente, já aposentada, reside sozinha, e faz questão de manter-se conectada com o Brasil, seja acompanhando os noticiários, pelas redes sociais ou telefonemas.
>> SOBRE AS MULHERES NO PAíS
– Como é o mercado de trabalho para mulheres no país?
Para quem quer trabalhar, é bom, mas não tem moleza como no Brasil. Eu gostei muito de trabalhar, a gente passa dificuldades, mas é sempre tratada com respeito.
– Como as mulheres encaram o casamento no país?
O casamento varia muito: jovem, mais idade, longa ou curta duração. O divórcio é muito comum e fácil.
– Você considera que o país enxerga as mulheres com igualdade de oportunidades?
Eu acho que aqui temos mais iqualdade do que no Brasil. Aqui as mulheres têm muita influência no mercado de trabalho, sociedades e famílias.
– Como é a realidade das mulheres estrangeiras no país?
O principal desafio que eu passei, e talvez muitas passam, é a língua. A profissão foi outro caso, pois aqui eu não podia trabalhar na enfermagem como no Brasil, a não ser, fazendo um curso aqui. A realidade da maioria é gostar e permanecer aqui. Tem muitas oportunidades, e se aprender a língua, o resto vai ser ok.

>> MAIS SOBRE AS MULHERES NOS EUA
– Dados de uma pesquisa populacional do instituto Census Bureau, divulgados em 2015, revelaram que quase metade das mulheres americanas entre 15 e 44 anos não tinham filhos. Segundo a pesquisa, o índice subiu de 46,5% em 2012, para 47,6% . Os números são ainda mais expressivos quando observa-se apenas a faixa entre 25 e 29 anos, na qual 49,6% das mulheres não são mães.
– Nos Estados Unidos, as mulheres não têm direito à licença maternidade remunerada, e isso, muitas vezes, faz aumentar a pressão pelo retorno ao trabalho imediatamente após o parto.
– Mulheres americanas ganham 21% a menos que os homens, e elas ocupam 19,4% dos assentos no Congresso.
Fontes: O Globo e BBC