O objetivo de viajar pelo mundo e aprender sobre outras culturas foi o que motivou Rosielle Stöhr, 30 anos, a mudar-se em 2010 para Dubai, nos Emirados árabes Unidos. Após dar aulas de inglês por oito anos, ela decidiu se mudar para o ‘outro lado do mundo’, literalmente, para tornar-se comissária de bordo.
Hoje, embora considere Dubai como o seu lar, em função da profissão passa boa parte do tempo viajando.
“Já conheci mais de 40 paises”, conta.

Segundo Rosielle, o país onde hoje reside é acolhedor e dá muitas oportunidades aos estrangeiros. “No meu ambiente de trabalho, convivo com pessoas de diferentes partes do mundo, o que faz esse trabalho ser encantador. Amo descobrir sobre outras culturas e povos”, comenta.
Há quase sete anos no país, a venâncio-airense comenta que foi necessário um breve período de adaptação ao país, o que foi facilitado por seu gosto pessoal pela cultura, música e culinária árabe, a qual já possuía antes mesmo da mudança.
“Na minha opinião, o povo é muito parecido com os brasileiros em termos de hospitalidade e alegria. O povo árabe é muito acolhedor”.
>> SOBRE AS MULHERES NO PAíS
– Como é o acesso à educação para as mulheres?
Elas estão estudando cada vez mais e seguindo graus altos em termos de educação.
– Como é o mercado de trabalho para mulheres no país?
Os Emirados ainda são predominados por homens no trabalho, mas as mulheres locais e estrangeiras, aos poucos, estão conquistando seu espaço.
– Como as mulheres encaram o casamento no país?
O casamento é algo muito importante para os árabes. São um povo muito família! Porém, depende muito de cada situação: há famílias que escolhem os noivos, e outras não. Os locais costumam casar cedo, no início dos 20 anos ou menos. Os locais também são permitidos a casar com outras nacionalidades, desde que a religião e os costumes sejam respeitados e seguidos.
– Qual é o papel da mulher na família, nos afazeres de casa e criação dos filhos?
As mulheres locais são muito protegidas por suas famílias e marido, que tradicionalmente é o provedor da casa. Mas elas também possuem muitos direitos. No Brasil, as pessoas pensam que usar a burca, por exemplo, é um sinal de submissão. Aqui, as mulheres usam, mas não são obrigadas. A maioria decide usar porque, para elas, é uma questão de respeito e orgulho.

– Você considera que o país enxerga as mulheres com igualdade de oportunidades?
As influências estrangeiras têm mudado bastante a sociedade. Hoje em dia, muitas mulheres locais já ocupam vários cargos no trabalho: são bancárias, professoras, trabalham em finanças, recursos humanos e até aviação: há muitas mulheres locais que são pilotos! Além disso, o país protege muito as mulheres, por exemplo, há assentos no banco sá para mulheres, filas em supermercados, táxis rosa só para mulheres, entre outros. Acho incrível!
– Como é a realidade das mulheres estrangeiras no país?
As mulheres estrangeiras possuem cada vez mais oportunidades de trabalho e de crescimento profissional, e com certeza, o maior desafio seria a adaptação à cultura, que é muito diferente da nossa. Mas isso depende de cada pessoa, eu, por exemplo, amo a cultura árabe e seu respeito pelas mulheres. Além disso, a cultura dos Emirados é que a mulher local se cubra com a ‘abaya’ (burca) e o ‘hijab’ (lenço na cabeça), se assim escolher, porém as mulheres estrangeiras não necissitam se vestir assim, desde que usem roupas modestas e que respeitem a cultura do país.