Para Alessandra Ludwig, a vontade de empreender, de fazer trabalhos voluntários, e de estar em constante aprendizado, vem de berço. Foi na casa comercial, no mercado e no salão de baile dos avós, em Linha Deodoro, interior de Venâncio Aires, que a jovem teve contato com as primeiras tarefas profissionais.
Desde nova, Alessandra já ajudava no atendimento, controle de notas, e serviço de banco para o avô. “Sempre tive no sangue esta ânsia de trabalhar, de me sentir importante. Então, com a supervisão do meu avô Orlando, eu aprendi a trabalhar desde a minha infância/adolescência”, recorda.
Mas foi ao ingressar na universidade, no curso de Ciências Contábeis, que a jovem buscou experiências no mercado de trabalho. Fez estágio em duas agências bancárias, e depois no CIEE, onde dois anos após, foi efetivada. Com a conquista, já veio a responsabilidade: assumiu a coordenação do posto de atendimento, permanecendo no cargo por mais de quatro anos.
Em junho de 2013, um novo desafio, quando Alessandra assumiu a coordenação da Agência FGTAS/Sine. Agora, ela já comemora os resultados, pois a agência local oscila entre o primeiro e segundo lugar em desempenho no Vale do Rio Pardo e Taquari, e entre as dez melhores do Rio Grande do Sul.
“Para mim, a palavra chave é responsabilidade em estar a frente desta instituição tão importante para o município, para as pessoas e empresas, pois coordeno e respondo por serviços essenciais para a vida do ser humano, o seu emprego; como também somos responsáveis por um dos documentos mais importantes, a carteira de trabalho.”
Na agência, segundo Alessandra, a prioridade é o respeito a todos. “O atendimento é humanizado, porque recebemos, muitas vezes, pessoas que estão em situação de extrema necessidade, e nós somos o norte delas, elas saem daqui com a esperança de uma vida melhor, e isso não há como mensurar. Também somos a referência para muitos jovens que estão ingressando no mercado de trabalho e precisam de orientação, de uma conversa, de um conselho”, explica.
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Alessandra Ludwig diz ainda que entende a importância do FGTAS/Sine para o desenvolvimento do empreendedorismo feminino. Por meio da entidade, ela diz que procura semear a vontade empreendedora.
Hoje, vejo muitas mulheres que iniciaram sua vida profissional no CIEE comigo, e hoje são mulheres profissionais, empreendedoras de primeiro escalão, e isso, não há preço que pague.
A profissional reforça ainda a importância de trabalhar essa temática com mulheres que residem na área rural do município. “Me sinto na obrigação de mostrar isso para as meninas do interior, mesmo que muitas vezes não tenham o mesmo acesso a certas coisas. Nós também podemos, claro, às vezes com mais sacrifício, mas somos capazes. E isso eu carrego sempre como uma bandeira!”, ressalta.
Outro desafio destacado por Alessandra diz respeito a situações complexas que as mulheres ainda enfrentam no mercado de trabalho. Ela explica que muitas vezes, representantes do sexo feminino que são mais comunicativas e simpáticas, podem ser confundidas como alguém que esteja em busca de cantadas ou um relacionamento. Mesmo assim, a profissional avalia que o ambiente do mercado de trabalho, político e social está evoluindo, dando o espaço de direito das mulheres.
E sou um exemplo disso, mulher jovem ‘perdida do interior para a cidade’, e empreendedora, pela oportunidade recebida em atuar como coordenadora desta instituição, e também pelo respeito que tenho dos meios de comunicação e da sociedade em geral.
