Dias desses eu li um artigo que mexeu comigo e me fez pensar nele por mais tempo do que normalmente dedico aos textos que eu gosto. O título era “Mãe Desnecessária” e só por isso já me chamou atenção para lê-lo. Afinal, como alguém é capaz de escrever isso? As mães são sempre necessárias e fundamentais. Quem escreveu essa bobagem aí? Precipitei-me. Então, ao longo do texto, fui entendendo as razões da autora e, inacreditavelmente, concordando com ela.
Basicamente, o artigo defendia que a boa mãe é aquela que vai se tornando desnecessária aos filhos ao longo do tempo. Que dá espaço para o crescimento deles sem forçar uma onipresença.
Sempre achei “patéticas” mulheres que se comportam como “amigas” dos seus filhos. Que sofrem na hora de discordar ou sentem-se rejeitadas após uma briga com uma criança. O papel da mãe não é substituir os amigos dos filhos, mas educar e orientar os caminhos. Ser a adulta da relação.
Outro erro comum de mães superprotetoras é achar que sempre sabem o que é melhor para os seus filhos. Sem perceber, elas opinam em tudo e acabam sempre fazendo as escolhas por seus filhos, criando crianças e jovens inseguros, imaturos e frustrados.
Entendi que tornar-se desnecessária para os filhos não significa deixar de existir aquele amor incondicional de mãe. Mas é não deixar que esse amor se torne uma dependência, um vício, uma prisão para os dois. Tornar-se desnecessária é ensinar o filho e deixar que ele faça sozinho. É permitir que ele aprenda, erre e acerte. Que se torne pronto para fazer suas próprias escolhas, viva suas próprias experiências.
O amor é um processo de libertação permanente. Devemos criar filhos para terem suas próprias asas. É egoísmo querer que estejam ao nosso lado para sempre. Mães que amam com liberdade são sempre portos-seguros. São braços onde os filhos sabem que podem voltar, estejam eles certos ou errados, pois não depositamos expectativas de serem vencedores incondicionais. Nossa expectativa é que sejam felizes com suas escolhas. Só isso.
Criar filhos para serem livres é um grande desafio. Mas é também, a maior prova de amor.
Por fim, gostaria de terminar com um pensamento daquele texto original que resume também minhas reflexões sobre ele. “Dê a quem você ama ASAS para voar… RAÍZES para voltar… MOTIVOS para ficar”