É com o olhar de quem morou por três anos fora do país, que Camila Becker realizou um mochilão pela América do Sul. Na companhia do namorado, o holandês Michiel de Bruijn, que atualmente passa uma temporada de três meses no Brasil, a jovem vivenciou um roteiro com duração de aproximadamente 30 dias.
A viagem começou nas Cataratas do Iguaçú, uma parada que, segundo Camila, é obrigatória para qualquer estrangeiro no Brasil. Depois de conhecer também o Parque das Aves, o casal seguiu para Bonito, no Mato Grosso do Sul. Lá, visitaram a caverna azul, cartão postal da cidade, e fizeram snorkelin no rio Sucuri, um dos rios mais cristalinos do mundo. “Foi incrível”, define a jovem.
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Queríamos muito fazer um passeio pelo Pantanal, mas estava lotado para os próximos dias. Uma dica valiosa para quem quer visitar Bonito é reservar os passeios com antecedência, ou corre-se o risco de não ter lugar, já que as atrações tem número máximo de visitantes permitidos por dia”, orienta.
Foi na chegada a La Paz, na Bolívia, que o casal começou a sofrer com a altitude. A cidade fica a 3,4 mil metros acima do nível do mar, e a geografia repleta de ladeiras intensifica o cansaço que vem com a dificuldade para respirar. “Mas o sofrimento é recompensado quando se tem a Cordilheira Real dos Andes como vista em vários pontos da cidade”, comentam.
Em La Paz, também visitaram o Vale da Lua e o monte Chacaltaya, onde costumava ficar a estação de ski mais alta do mundo. Já no Lago Titicaca, o casal aproveitou para saber mais sobre a história e a cultura de onde acredita-se, a civilização Inca teve seu início. Para isso, ficaram na cidade de Copacabana, e visitaram a Isla del Sol e a Isla de la Luna, além de vários pontos considerados sagrados aos Incas.
De lá, o próximo destino foi Cusco, cujos arredores são cheios de atrações relacionadas às ruínas da civilização Inca.
Macchu Pichu é uma experiência à parte. Se sabe muito pouco sobre o lugar, mas é indiscutível que uma cidade Inca no alto das montanhas com tão dificil acesso até os dias de hoje, cause tanta curiosidade e admiração”.
Também no Peru, Camila e Michiel visitaram a montanha Vinicunca, famosa por ser colorida como o arco-íris. “Até o cume da montanha foram três horas de caminhada, mas infelizmente estava nevando naquele dia, e a montanha estava coberta de neve, então não pudemos ver as cores. Descemos pelo vale vermelho, onde não estava mais nevando, e as paisagens pareciam ser pinturas em quadros”, recorda-se Camila.
Foi nesse ponto da viagem, que o casal precisou mudar os planos devido a um triste ocorrido. Já com passagens compradas para visitar o deserto de sal de Uyuni, e depois seguir para o deserto do Atacama, no Chile, o casal foi roubado. Sem passaportes, dinheiro e cartões, entre outras coisas, tiveram que permancer em La Paz por duas semanas até conseguir um novo passaporte para Michiel, que sendo europeu, não poderia transitar pelo Mercosul. “Foram duas semanas bem tediosas, já que já tínhamos visto tudo o que queríamos ver na Bolivia. Ficamos decepcionados, demos risada de tudo, e a vida segue”, comenta Camila. A jovem ainda reflete:
A América do Sul tem muito a oferecer, e sem dúvida conta com lugares incríveis para se conhecer. Infelizmente, a falta de segurança faz com que muitas pessoas acabem desistindo de viajar por aqui. Achamos a experiência válida, a viagem foi incrível, mas o final um pouco frustrante”.
> DICAS BY CAMILA BECKER:
– Hotel: O hotel mais legal que ficamos nesta viagem foi o La Cupula em Copacabana no lago Titicaca. Eles tinham umas alpacas fofas pastando no jardim e a vista do quarto para o Titicaca é incrível.
– Transfer: A linha vermelha de teleféricos em La Paz. A vista é linda.
– Restaurante: O restaurante Organica em Cusco. O ceviche de truta deles é muito bom. Também provamos alpaca no grill e foi uma super experiência.
– Comida de rua: Nós não indicamos comida de rua na Bolivia ou Peru. As coisas são pegas com a mão e tem procedência duvidosa.
– Passeio: Descer de mountain bike pela estrada da morte.
– Ponto turístico: Macchu Pichu
– Número de dias ideais para a estadia: 30 dias
– Dica de compras: blusões de alpaca.
– Dica de segurança: Na Bolivia todo cuidado é pouco. Guarde dinheiro e documentos em bolsas separadas. Se possível por baixo da roupa. Aprendemos essa lição da pior maneira.
