A resposta para a pergunta acima é óbvia. Um gigantesco e sonoro NãO.

Mas não é isso o que diz o senso comum. Ainda vemos poucas mulheres em áreas da Ciências Exatas, como Engenharias e Tecnologia. Isso, claro, está ligado à crença de que o sexo feminino está mais voltado a habilidades humanas, deixando assim, a parte técnica para os homens.

Duvidam?

Pois vejam uma pesquisa realizada na Universidade de Tel Aviv. Nela, os pesquisadores conduziram um experimento em que cada estudante fez duas provas idênticas sobre uma

Foto: Divulgação / Tudo & TodasMais alguém acha que as meninas se deram mal nessa?
Mais alguém acha que as meninas se deram mal nessa?

série de matérias, e as provas foram corrigidas por dois grupos de professores: um que sabia os nomes dos alunos (e, portanto, era capaz de deduzir o sexo deles) e um que corrigiu provas anônimas.

Enquanto as respostas dos alunos eram idênticas, as correções foram desiguais.

O grupo de professores que sabia os nomes deu notas maiores aos meninos; a correção anônima, ao contrário, deu notas maiores para as meninas. Esse efeito, porém, só ocorreu com as provas de Matemática e Ciências – as avaliações de Inglês, por exemplo, tiveram correções parecidas.

A conclusão dos pesquisadores foi que, em Matemática e Ciências, os professores superestimaram as capacidades dos meninos e subestimaram as das meninas, e que isso produz um efeito duradouro. Quando estes grupos de alunos observados estavam próximo à formatura, poucas meninas demonstraram interesse pelas áreas de Ciências Exatas.

>> Veja também: em vlog, colunistas do T&T discutem sobre mulheres saberem, ou não, matemática

Foto: Divulgação / Tudo & TodasMariana atua como engenheira civil
Mariana atua como engenheira civil

FORA DA CURVAEmbora os rótulos impostos a meninas e meninos possam direcionar as escolhas profissionais, há quem fuja dessa tendência. é o caso de Mariana Rüdiger, engenheira civil com especialização em Patologias das Obras Civis e Auditoria, Avaliações e Perícias de Engenharia.

Ao concluir o Ensino Médio, em 2006, a jovem não se intimidou com a quantidade de números presentes nas disciplinas da grade curricular da graduação, e iniciou o curso no ano seguinte.

Entre as experiências mais marcantes de estar em uma área tão técnica, a guria cita a disciplina Mecânica Geral. Ela recorda que, no primeiro dia de aula, o professor fez a chamada e, durante a identificação, citava alunos reprovados.

“Em uma das conversas nos corredores, um dos colegas me disse: ‘não se preocupa, é a primeira vez que você está fazendo a disciplina; a minha já é a terceira.”

Essa foi a primeira das matérias mais difíceis que a profissional encarou.

Minha opinião é que as mulheres geralmente são mais organizadas, atenciosas e detalhistas. Por isso, hoje tem muitas trabalhando e buscando a graduação de Engenharia Civil.

TECNOLOGIAFormada em Matemática Aplicada e Computacional, com especialização em Administração em Inovação e Empreendedorismo, Ana Thomazi é sócia de uma empresa de

Foto: Arquivo Pessoal / Tudo & TodasAna é sócia de uma empresa que desenvolve softwares
Ana é sócia de uma empresa que desenvolve softwares

desenvolvimento de software. Iniciou na empresa em 1997, como estagiária na área de PROGRAMAÇÃO, e o ambiente predominantemente masculino não a intimidou: em dois anos, já entrava para a sociedade. Atualmente, lidera o setor de implantação da empresa.

Ana acredita que as mulheres têm importante papel na sociedade, tanto nas relações humanas, quanto nas econômicas.

“O trabalho com tecnologia e na área de ciências exatas depende primeiramente de aptidão e posteriormente de muito esforço e permanente atualização, pois neste setor diariamente surgem novas tecnologias e o sucesso da empresa depende de um olhar atendo a isso e nada melhor que um contraponto feminino para equilibrar as opiniões neste setor que ainda é dominado por homens”, ressalta a profissional.

FEMINISMO

Na opinião de Ana Thomazi, o feminismo deve ser encarado de maneira normal (ou seja, direitos e deveres sem a distinção ao gênero), pois, segundo ela, o fato de ser mulher ou homem não deve interferir no segmento escolhido, mas sim a aptidão e competência para exercer as mais diversas funções, contemplando as expectativas de subordinados e superiores.

Mariana Rüdiger concorda. Para ela, o feminismo pode ser demonstrado por meio do profissionalismo, o qual transmitirá confiança por meio do conhecimento aliado a prática. E para as mulheres que desejam seguir o seu exemplo, Mariana ressalta a importância de buscar as oportunidades. “A experiência como estagiária durante a graduação foi a base que me permitiu ter uma bagagem e perspectivas de como atuar em situações diferentes do dia-dia do engenheiro civil”, destaca.