Durante a série ‘Os Dias eram assim’, a Rede Globo abordou o drama da personagem Nanda, ao saber que ela havia sido diagnosticada com a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, mais conhecida como Aids. A descoberta do vírus HIV, que é porta de entrada para a doença, ocorreu na década de 80 e significava uma ameaça à vida das pessoas. Com o passar dos anos, a medicina tem buscado novos métodos de tratamento e mesmo sem descobrir a cura, pode aumentar a sobrevida dos pacientes afetados, garantindo aos sorospositivos uma vida normal.

Foto: Divulgação / Tudo & TodasNanda aborda o drama da doença na década de 80
Nanda aborda o drama da doença vivenciada na década de 80

###

No período entre 1982 a 1989, a sobrevida mediana no Brasil dos pacientes com Aids maiores de 12 anos era de apenas 5,1 meses, ou seja, após o diagnóstico da primeira infecção oportunista, cerca de 50% dos pacientes morriam em menos de seis meses.

Era o período crítico da epidemia. Muito pouco se sabia sobre a doença e a medicina se deparava estarrecida e impotente com um número de mortes cada vez maior.

A mudança deste cenário ocorreu em 1989 com a descoberta da zidovudina- AZT, que se mostrou eficaz inicialmente, mas que não alterava o tempo de sobrevivência. Anos depois, surgiram novas substâncias que, associadas ao AZT, aumentaram discretamente a sobrevida das pessoas afetadas, chamada à época terapia dupla.

O avanço nas pesquisas científicas possibilitou o aparecimento, em 1996, de uma proposta terapêutica que demonstrou um aumento da sobrevida, ficando popularmente conhecida como coquetel. Era a terapia anti-retroviral de alta potência.

Essa terapia trouxe avanços inestimáveis, propiciando o esclarecimento de aspectos fundamentais da doença. A Aids passaria a ser uma enfermidade crônica, compatível com sobrevivência e com preservação da qualidade de vida.

No Brasil, desde 1995, garantiu-se o acesso universal aos anti-retrovirais. E a partir de 1996, frente ao ótimo resultado do “coquetel”, os medicamentos que o compõe são garantidos por lei federal.

MEDICAMENTOS ANTI-HIV

Para combater o vírus, o uso de medicamentos anti-HIV são recomendados para impedir sua multiplicação. O consumo deste medicamento age no organismo com a intenção de baixar a carga viral, tornando-a indetectável e, se possível, restaurar a imunidade.

O tratamento anti-HIV tem chances de se tornar ainda mais eficaz quando a pessoa dá início ao procedimento antes de possuir alguma doença, antes do sistema imunológico estar bastante enfraquecido. É a razão pela qual, hoje, muitas pessoas infectadas pelo HIV fazem um tratamento enquanto dispõem de boa saúde.

Apesar da probabilidade de multiplicação do vírus estar relacionada com a antecedência do tratamento. Antes de dar início ao procedimento é importante informar-se bem com seu médico, grupos e outras pessoas sob tratamento, para estar inteiramente preparado a submeter-se ao processo anti-HIV.

A partir de um levantamento e diagnóstico médico completo, os especialistas irão indicar o uso de drogas anti-retrovirais. A escolha desta medicação vai depender do estado de saúde, o estilo de vida e as preferências pessoais de cada paciente.