É consenso que a rotina de muitas mulheres se divide entre casa, marido, filhos e o trabalho. Ter tempo para tudo e fazê-lo com responsabilidade exige cuidados com a saúde. Além de questões básicas como alimentação balanceada, atividades físicas e lazer, há um aspecto específico e que abrange praticamente todas as idades: visitas a um ginecologista. Essa rotina de consultas geralmente dura décadas, considerando desde uma adolescente até uma senhora idosa.
Para a ginecologista Adriana Martins, a mulher deve conhecer e entender o próprio corpo, tanto anatomicamente quanto fisiologicamente. É o primeiro ponto para identificar uma possível patologia. Porém, é importante não esperar que algo aconteça para procurar um médico.

“Tem os exames regulares ou anuais, como o pré-câncer, geralmente feito entre os 20 e 30 anos; e a mamografia, indicada para depois dos 40. Isso é o básico”, explica Adriana Martins.
Para as adolescentes, a ginecologista diz que o principal, inicialmente, é uma conversa sobre ciclo menstrual e métodos contraceptivos. Para a mulher mais madura, que pode estar próxima da menopausa, as consultas são importantes para verificar, entre outros pontos, se precisará de reposição hormonal.
ATENÇÃO
Na vida da mulher, um momento considerado especial por muitas é a maternidade. Para quem está pensando em engravidar, todo cuidado é pouco. Entre as precauções, visando uma gestação saudável, a primeira medida é realizar os exames pré-concepcionais. A ginecologista Adriana Martins diz que eles indicam vários pontos. “É possível identificar se será necessário aplicar alguma complementação de vitaminas, se a paciente tem diabetes, hipotiroidismo ou mesmo orientar para alguma vacina”.
Além dos exames ginecológicos, o coração também exige atenção especial da mulher. Isso porque as doenças cardiovasculares têm aumentado nas últimas décadas, no sexo feminino. Conforme a cardiologista Natália Artus, há cerca de aproximadamente 40 anos, a mulher trabalhava em casa, cuidando do marido e filhos. Hoje, indo para o mercado de trabalho, as mulheres estão mais expostas ao estresse e com menos tempo para cuidar da alimentação e praticar atividade física.

“Nos Estados Unidos, por exemplo, o infarto é a principal causa de morte em mulheres, superando o câncer de mama e colo de útero”, revela Natália.
A cardiologista destaca ainda que doenças cardiovasculares se manifestam geralmente após a menopausa, devido à diminuição da produção hormonal e ganho de peso. No entanto, mulheres muito jovens têm se consultado. Nesse caso, as doenças estão associadas ao histórico familiar e ao tabagismo. Já os principais fatores de risco de doenças cardíacas são o colesterol alto e hipertensão.
O exemplo da vovó Marly
Diferente de algumas mulheres na sua faixa etária, a aposentada Marly Eisermann, de 61 anos, se orgulha quando o assunto é saúde. Com a pressão arterial sempre boa e realizando exames regulares ao ginecologista há mais de 20 anos, ela revela que só precisou de atendimento hospitalar nas duas vezes em que deu à luz. “Faço o pré-câncer, mamografia e exames de sangue todo ano. Me preocupo com isso, mas é mais para prevenir algum problema”.
Cigarro e álcool nunca. Na alimentação, evita frituras e comidas gordurosas. Uma de suas atividades no dia a dia é fazer pintura e crochê em panos de prato. “Isso é um passatempo. Ajuda a acalmar. Vou contando pontinho por pontinho e vendo que está bonito”, revela Marly.
Quanto aos exercícios físicos, ela conta que gosta de andar de bicicleta, mas atualmente a principal atividade tem sido “correr” atrás da neta Larissa, com toda sua vitalidade de pouco mais de um ano. A função “vovó” também está inserida na rotina saudável da Marly.
Foto: Tudo e Todas / Débora Kist