Conforme boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria Estadual da Saúde (SES), no dia 7 de agosto, desde o início de 2015 já foram registrados 60 casos de Meningite no Rio Grande do Sul. Destes, 14 pacientes perderam a vida.

O que preocupa é que, conforme o boletim da SES, observa-se uma tendência de aumento na circulação do meningococo C a partir de 2013. Se o cenário de 2015 se mantiver como observado até agora, este ano poderá ultrapassar o número de casos dos dois últimos anos.

Apesar do aumento no número de casos, não há epidemia da doença. Apenas em Cachoeirinha foi caracterizado um surto, já controlado com a vacinação da população.

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Embora não haja motivo para pânico, é importante que as pessoas estejam atentas aos sintomas. Buscamos no site do Dr. Dráuzio Varella mais informações sobre a doença. Confira:

Meninges são membranas que envolvem o encéfalo (cérebro, bulbo e cerebelo) e a medula espinhal que corre por dentro da coluna vertebral. Quando uma bactéria ou vírus, por alguma razão, consegue vencer as defesas e aninhar-se nas meninges, elas se inflamam, podem produzir pus e a infecção se espalha por todo o sistema nervoso central.

Foto: Divulgação / Tudo & TodasCrianças costumam ser as mais atingidas pela doença
Crianças costumam ser as mais atingidas pela doença

Dor de cabeça, vômitos, rigidez da nuca, prostração, febre alta são sintomas característicos do quadro de meningite. Por isso, nunca devem ser desconsiderados, especialmente em duas faixas etárias extremas: nos primeiros anos de vida e quando as pessoas começam a envelhecer. Diagnóstico precoce e início imediato do tratamento são fundamentais para controlar a evolução da doença.

MENINGITE VIRALO quadro das meningites virais é mais leve, mais brando. Os sintomas se assemelham aos da gripe e resfriados. A doença acomete principalmente as crianças, que ficam um pouco amolecidas e irritadas, têm febre e se queixam de dor de cabeça. No exame clínico, percebe-se que a nuca está um pouco rígida e que a reação é de dor, quando se tenta dobrá-la. Uma vez que os exames tenham comprovado que se trata de meningite viral, a conduta é esperar que o caso se resolva sozinho como se faz com os resfriados.

MENINGITE BACTERIANAQuando se fala em meningite, as pessoas imediatamente pensam numa doença infecciosa, muito grave e que pode deixar sequelas. Essa fama terrível da doença se deve a um tipo específico de meningite provocado por uma bactéria chamada meningococo. No Brasil, ela ganhou notoriedade porque, entre 1972 e 1974, ocorreu em São Paulo a maior epidemia de meningite meningocócica de que se tem notícia no mundo.

O meningococo é transmitido pelas vias respiratórias, que passa do nariz para o sangue, é levada para o cérebro onde estão as meninges e provoca uma infecção. Os sintomas aparecem em pouco tempo. Os mais característicos são febre alta, mal-estar, vômitos, dor de cabeça e no pescoço, dificuldade para encostar o queixo no peito e, às vezes, manchas vermelhas pelo corpo, sinal de que a infecção está se alastrando rapidamente.

Associada à infecção por outros tipos de bactéria, a meningite por meningococo pode ser fatal em algumas horas. Felizmente, uma minoria de casos evolui com essa gravidade. Nos outros, a evolução é mais lenta, o que permite identificar a doença e introduzir sem demora o tratamento.

O pneumococo, bactéria que causa pneumonia, e o hemófilo, também podem causar esse quadro. Em Venâncio Aires, por exemplo, os últimos casos registrados (sendo que um deles resultou em óbito), foram de Meningite Pneumocócica.

DIAGNóSTICO E TRATAMENTOQuanto mais rápido o tratamento começar, menor a possibilidade de o quadro evoluir mal. Por isso, feito o diagnóstico de meningite, providencia-se imediatamente o exame do líquido da espinha para saber o tipo de agente infeccioso envolvido. Se for uma bactéria, o antibiótico precisa ser introduzido sem perda de tempo. Se for um vírus, bastam os cuidados prescritos para as viroses em geral. O paciente pode voltar para casa, pois em um ou dois dias o problema estará provavelmente resolvido.

Foto: Divulgação / Tudo & TodasExame é feito a partir de líquido da espinha
Exame é feito a partir de líquido da espinha

No entanto, se não houver indicação segura do agente infeccioso que provocou a doença, introduz-se imediatamente o antibiótico.

SEQUELASAs sequelas das meningites bacterianas podem ocorrer e o risco é proporcional ao tempo que se demora para fazer o diagnóstico e instituir o tratamento. A meningite provoca uma inflamação das membranas que estão em volta do cérebro. Se nada for feito, há um acúmulo de pus que não tem por onde escapar e a formação de abscessos que afetam partes nobres do cérebro ou alguns nervos. Essas lesões neurológicas são irreversíveis. Por isso, quando a doença demora a ser diagnosticada e tratada pode provocar sequelas como surdez, alterações de percepção e movimento ou outras ainda mais graves.

SINAIS DE ALERTAToda a vez que a criança, especialmente se for muito pequena, ficar muito mole, caída, pouco responsiva, irritadiça, com febre e se queixar de dor de cabeça é preciso suspeitar de que possa ser um quadro de meningite.

Foto: Divulgação / Tudo & TodasDor de cabeça nunca deve ser ignorada
Dor de cabeça nunca deve ser ignorada

Se ela vomita, vai ficando mais prostrada e apresenta dificuldade para mexer a cabeça porque a nuca está mais rígida e dolorida, é preciso procurar um médico para obter um diagnóstico e começar o tratamento o mais depressa possível.