Foto: Divulgação / Tudo & Todas
“Ninguém é uma criança para sempre, pois um dia a gente cresce”

Nós, seres humanos, mudamos ao longo dos anos. Mudamos nossos gostos, nossas preferências, mudamos nossas atitudes, nossa maneira de pensar e ver o mundo. As mudanças serão para melhor ou pior, dependendo de cada um de nós, pois afinal, o que também constitui a vida são as escolhas.

Quantas vezes você leitor (a) teve a vontade de voltar a ser criança? A infância é uma fase em nossas vidas em que enxergamos sempre o céu e a vida coloridos, é uma fase em que a maldade desse mundo não é vista como maldade, pois para uma criança, o mal não existe. Um presente, como até mesmo uma caixinha de remédio, é visto como algo divertido, pois a infância é uma fase em que valorizamos as pequenas coisas, não pela riqueza, mas por aquilo que representam, pois a magia toma conta na imaginação de cada inocente.

Ser criança é imaginarmos que cada pessoa que parte vira uma estrelinha no céu e esta estrelinha ilumina nossas noites todos os dias. Ser criança é olharmos para um morador de rua e abrirmos um sorriso, pois uma criança não se importa com o dinheiro que as pessoas possuem e tampouco o que vestem, onde moram e como vivem, uma criança apenas vê naquela pessoa um ser humano que tem o direito de viver como todos os outros. Ser criança é ter pureza, é sorrir quando as pessoas ao redor só encontram motivos para chorar. Assim é ser criança, mas ninguém é uma criança para sempre, pois um dia a gente cresce.

Aos poucos vamos crescendo e percebemos que as estrelas do céu são apenas estrelas, que uma caixinha de remédio é apenas um papel e não um caminhãozinho ou uma televisão com um formato diferente. A verdade é que à medida que vamos crescendo, nós não enxergamos a vida e as coisas da mesma forma. O que era bonito e divertido, hoje já não faz mais sentido, pois se perde com o passar dos anos a pureza, a vontade de imaginar, criar e transformar. As pessoas se acomodam, dão enfoque às dificuldades e aos problemas e esquecem de transformar coisas simples em coisas extraordinárias.

Um dia a gente cresce e percebe que o bom velhinho do mês de dezembro era o nosso pai, nosso avô ou nosso amigo. Ele não chegava com um trenó e suas renas, ele estava ao nosso lado todos os dias, em quase todos os momentos e horas. Ele não possuía aquela barba branca enorme, aquela roupa vermelha, sacos cheios de brinquedos e dinheiro. O nosso Papai Noel de verdade era aquela pessoa que só queria nos ver feliz. Esse Papai Noel era aquela pessoa que chegava em casa todos os dias cansada após um longo dia de trabalho. Ele era o Papai Noel melhor do mundo, pois era ele que nos educou, nos cuidou e sempre nos amou. A sua sacola não era cheia de dinheiro, presentes ou brinquedos, mas era cheia de amor, carinho, ternura e compaixão. A gente cresce e descobre quem era o nosso verdadeiro Papai Noel.

Um dia crescemos e percebemos que a vida de adulto exige de nós muita responsabilidade, que as continhas e probleminhas matemáticos não eram as piores coisas para se resolver. Mais difícil ainda é trabalharmos o dia inteiro para que no final do mês tenhamos um dinheiro para colocarmos comida em cima da mesa e pagarmos as nossas contas honestamente. As continhas de matemática que antes eram feitas em trabalhos da escola, agora são feitas na vida, onde temos que somar nossos gastos, pagar nossas despesas e economizar nosso dinheiro. 

Um dia a gente cresce e percebe que nem sempre quem se diz amigo, amigo é. Nós percebemos que existem pessoas invejosas que não suportam ver o seu próximo crescer. Essas pessoas não gostam de ver o brilho dos outros, pois acreditam que somente elas podem brilhar. Percebemos que embora façamos o bem sempre, ainda existirão pessoas que não nos aceitam assim e que passamos por momentos que são ruins, mas que de alguma forma nos fazem crescer.

Um dia nós crescemos, aprendemos, amadurecemos e envelhecemos. Alguns talvez demorem anos, outros nem tanto. Damo-nos conta de que nem tudo é fácil, nem sempre o bem está em todos os lugares e ambientes, as pessoas não buscam ser melhores do que ontem, elas apenas querem sempre ser melhores do que os outros. Percebemos também que as pessoas nem sempre fazem algo porque é o que manda o seu coração, mas sim, porque possuem interesses e querem algo em troca depois.

Assim é ser humano, é passar por fases. Assim é a vida, é saber entender que ela não é feita só do bem, assim como também, não existe nela só o mal. Não somos responsáveis por aquilo que o nosso próximo faz, mas somos inteiramente responsáveis por aquilo que fazemos, acreditamos e falamos!