Desde que estreamos a seção RespeitAme, temos discutido diversos assuntos relacionados ao feminismo. E desde lá, tenho formulado um conceito, que não é novo, mas tem feito muito sentido para mim: quanto mais empoderada for a mulher, seja econômica, intelectual ou psicologicamente, mais fácil será se desvencilhar de situações opressoras ou de desvantagem de gênero.
é por isso que, a partir deste post, me disponho a abrir um canal de discussão sobre empreendedorismo feminino.
E quer saber?
Não é preciso, necessariamente, ter um negócio para ser considerada uma empreendedora.
Essa questão tem muito mais a ver com atitude e com vontade de transformar as situações que estão a nossa volta.
Isso pode, sim, significar a criação de uma empresa, mas também pode ser o engajamento em uma causa social, uma ação coletiva no bairro onde se mora, o desenvolvimento de um projeto na escola dos filhos, ou uma atitude pró-ativa para conquistar bem-estar físico e psicológico.
O importante é querer fazer a diferença, primeiramente na sua vida, e depois impactar positivamente quem está ao seu redor.

Mercado de trabalhoMas quando o assunto é empreendedorismo, é impossível não pensarmos em mercado de trabalho. E segundo o Instituto de Pesquisa para Política das Mulheres, a igualdade salarial entre gêneros só será atingida em 2058 (sim, meninas, temos mais de quatro décadas pela frente!). Em 2013, para cada US$ 1 ganho pelos homens, recebemos apenas US$ 0,78.
No Brasil, a situação não é das mais animadoras. O Relatório de Desenvolvimento Humano das Nações Unidas revela que o índice de Desigualdade de Gênero do país ficou em 0,41 em 2013, o que nos coloca na posição número 85 em um ranking de 149 países.
Na minha opinião, há dois fatores que influenciam nessa disparidade:
Em primeiro lugar, somos educadas para sermos ‘boazinhas’. Doces garotas que vestem cor de rosa, entende? Logo, não temos uma postura mais agressiva em negociações salariais, mesmo que a gente acredite ser justa uma melhor remuneração.
Em segundo lugar, nós, mulheres, temos a tendência a nos sentirmos culpadas. Com a exigência (criada por nós mesmas) de sermos ‘superheroínas’, estamos sempre com aquela sensação de que estamos falhando em algum lugar.
Se nos dedicamos ao trabalho, sentimos culpa por não estarmos integralmente com a família. Se estamos com a família, temos certeza que não estamos dando o máximo que poderíamos no trabalho. Some a isso a pressão por cuidar da beleza e por ter uma vida social ativa, que você verá uma legião de mulheres esgotadas.
O resultado?
Como sabemos que não estamos dando conta – e sentimos todo o peso dessa culpa – não nos sentimos dignas de receber melhor pagamento pelas tarefas que desempenhamos.
é claro que essa é uma opinião pessoal, baseada inteiramente no que tenho observado e vivenciado por aí. Mas já nos dá algumas pistas para começarmos nossa discussão.
Qual é a opinião de vocês, garotas?
Como percebem o empreendedorismo feminino, seja de que tipo for?
Vamos falar sobre isso!
