Logo que você se muda para outro país, você se sente como um turista. Tudo é novidade, você explora a cidade como se não houvesse amanhã. Mas e quando passa esse período inicial e sua vida começa a ter uma rotina? Como se adaptar a um lugar onde você não domina a língua e precisa aprender a conviver com a saudade dos que ficaram lá na sua terrinha natal?
Bem, nós já estamos morando na Suíça há cinco meses, e talvez pelo fato de sabermos que temos data certa para voltarmos para o Brasil, seja mais fácil lidar com assuntos como ‘a saudade’. Mas mesmo assim, estamos num país que nunca tínhamos sequer visitado, nossos filhos estão frequentando a escola e o Cássio está trabalhando.
Apesar de termos vindo para um lugar tão distante do Brasil, já conhecíamos algumas pessoas que moram em Neuchâtel (a cidade onde estamos morando) e Lausanne (cidade bem próxima) e que são de Venâncio Aires e Santa Cruz do Sul. Isso, com certeza, foi o que fez com que nos sentíssemos muito mais seguros e à vontade nesse novo mundo.
Então, com certeza, ter amigos onde você mora é um dos principais fatores que te faz ‘sentir em casa’. Como chegamos em uma época que o verão já estava se aproximando, fomos convidados para vários churrascos nos parques, assim tendo a oportunidade de conhecer outras pessoas (vários brasileiros) que já estavam morando aqui há mais tempo, e contar com a ajuda dos amigos para entender melhor os costumes e como as coisas funcionam por aqui também foi e é muito importante. Essas pessoas passam a ser ‘nossa família’, pois é com elas que vamos conviver e ter o apoio necessário nos bons e nos maus momentos.
Estudar o idioma e a cultura local também faz a diferença, para que você possa participar mais ativamente da ‘rotina’ em seu novo país. Apesar de que em quase todos os lugares as pessoas falam inglês e com muita frequência o português (sim, há muitos portugueses vivendo em Neuchâtel). A professora do Henrique só fala francês, e a primeira reunião da escola foi terrível, pois não entendi nada! Por sorte, há duas crianças portuguesas na sala dele, e as mães prontamente se ofereceram para me ajudar em caso de dúvidas (tive todas nessa primeira reunião). Agora já estou conseguindo me comunicar um pouco mais com a professora, em diálogos curtos.
E a saudade da família e amigos que ficaram lá do outro lado? Essa vamos dando um jeito com conversas quase que diárias pelo whatsapp, planejando visitas e vivendo um dia de cada vez, vencendo um obstáculo aqui, descobrindo outra coisa ali, e se misturando a multidão, tentando parecer que sim, estamos em casa mesmo estando a tantos quilômetros do nosso lar.