A revista médica britânica The Lancet Oncology Jourmal divulgou, ontem, um estudo que mostra que o uso de anticoncepcionais orais à longo prazo podem diminuir as chances de desenvolvimento do câncer endométrio, o tipo mais comum entre as mulheres. Segundo o estudo, na última década estima-se que 200 mil casos foram prevenidos pelo uso da pílula.

Foto: Divulgação / InternetAmiga ou inimiga da saúde da mulher?
Amiga ou inimiga da saúde da mulher?

Segundo especialistas em epidemiologia da Universidade de Oxford, há uma estimativa de que nos últimos 50 anos puderam ser evitados 400 mil casos do câncer, em países de renda mais alta, devido ao consumo do anticoncepcional. Conforme a pesquisadora que lidera os estudos internacionais sobre câncer de mama, ovários e endométrio, Valerie Beral, o efeito protetor da pílula mantem-se no tempo e tem uma durabilidade de décadas.

As mulheres de 20 anos, ou inclusive mais jovens, seguem se beneficiando doa efeitos ao 50, quando a aparição de câncer é mais comum.

Ela ainda explica que há diversas pesquisas que provam que o comprimido realmente é eficaz e que contém hormônios que previnem a gravidez e auxiliam na proteção contra o câncer de ovários. Valerie lembra que ao contrário do que muitos pensam, o uso a longo prazo da pílula reduz o risco de contrai-los.

Para a realização do estudo, foram reunidos dados de mais de 27 mil mulheres que sofriam com o câncer de 36 estudos elaborados em diferentes áreas do mundo. A maior amostra epidemiológica reunida até os dias de hoje. As pesquisas mostraram que a cada cinco anos de uso do remédio, o risco de sofrer com o câncer reduzia em um quarto. O efeito foi ainda maior em algum países que obtiveram o resultado que, com o consumo durante 10 anos, o risco caiu de 2,3 para 1,3 casos por cada cem pessoas.

VILãOPor outro lado, um post super polêmico que publicamos aqui, mostra que pesquisadores da Universidade de Nottingham trabalharam sobre duas grandes bases de dados médicos e traçaram uma relação entre o uso de contraceptivos orais e as tromboses venosas observadas nas mulheres com idades entre 15 e 49 anos.

Um estudo publicado na revista especializada The BMJ Today e que foi conduzida por pesquisadores britânicos, mostra que as mulheres que tomam contraceptivos orais combinados, que contêm drospirenona, desogestrel, gestodeno e ciproterona, têm um risco de trombose venosa quadruplicado em relação àquelas que não tomam pílula. O risco é quase duplicado em relação às mulheres que tomam contraceptivos orais de estrogênio mais antigos, que contêm levonorgestrel, noretisterona ou norgestimata.

Em função disso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), publicou um informe sobre a pílula Diane 35, alertando para os riscos do produto para pacientes com histórico de processos trombóticos (formação de coágulos em veias ou artérias).

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E agora, mulherada?

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